Mestre Monarco é velado na Quadra da Portela, em Oswaldo CruzReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Famosos também estiveram na quadra da Portela pra se despedirem do presidente de honra da escola. Diogo Nogueira ressaltou a importância de Mestre Monarco. "Nosso papel hoje é manter vivo o legado dele e continuar cantando as canções desse homem imenso que sempre valorizou os jovens compositores do samba. A memória dele continua viva através de suas canções e sua elegância. Ele era a própria Portela".
Amigos há 57 anos, Paulinho da Viola falou sobre a amizade dos dois e ressaltou a inteligência do baluarte. "Monarco era história, era a voz de um tempo que não temos mais. Cada encontro com ele a gente descobria que não sabia nada. Já tem um grupo preocupado em que os mais novos não dependam apenas da oralidade e da história dos mais velhos. Monarco estava sempre presente na Portela".
Paulinho da Viola relembrou o samba de autoria de Monarco que mais o marcou. "Quando eu cheguei na Portela, em 1964, o samba mais cantado dele era 'Portela, passado de Glória', um samba muito bonito".
Emocionado, o prefeito Eduardo Paes também prestou homenagens à Monarco, a quem considerou como amigo e conselheiro. "Eu perdi um grande amigo, um conselheiro. Perdemos um grande patrono do samba, a mais brasileira de todas as músicas. Monarca era uma figura importante para a Portela, vai deixar muita saudade ".
Importante personalidade na escola, a sala de troféus da escola, inaugurada na última sexta-feira, recebeu o nome do Mestre Monarco. "Eu via Monarco e eu via o samba. Perdemos uma grande referência", disse
Elmo José dos Santos, diretor de carnaval da Liesa.
História no mundo do samba
Monarco possui composições que marcaram a história do samba em 60 anos de uma trajetória marcada pela fidalguia e a valorização do samba. Obras como "De Paulo a Paulinho"; "Lenço"; "Nunca vi você tão triste"; "Passado de glória"; "Portela desde criança"; "Proposta amorosa"; "Quitandeiro"; "Tudo menos amor" e "Vai vadiar".
Presidente de honra da Portela desde 2013, Monarco deixa um legado imensurável para a cultura brasileira. Ainda jovem fez parte do grupo de sambistas que era perseguido pela polícia, pois samba era considerado uma manifestação marginal.
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