Praia de Copacabana amanhece lotadaFábio Costa
Publicado 28/12/2021 15:44
Rio - Mesmo sem os tradicionais shows da virada na orla, os hotéis do Rio de Janeiro devem registrar taxa de ocupação de 100% no Réveillon deste ano. Segundo o sindicato representante do setor de hospedagem, a Hotéis Rio, os hotéis na cidade estão com 92% de lotação nesta terça-feira, 28, número maior do que os 86% registrados na semana passada. Aliás, as expectativas são de que o público deste ano supere em 18% o de 2019, quando houve o último Réveillon antes da pandemia.
O presidente da Hotéis Rio, Alfredo Lopes, destaca que a alta do dólar é o principal estímulo ao turismo dentro do país, já que passar o feriado no exterior está pesando mais no bolso. “Em segundo lugar, existe uma deficiência de oferta de assentos aéreos”, conta. “Por conta da pandemia, os voos foram reduzidos. Então, há uma demanda reprimida das pessoas que tinham feito reservas no ano passado mas não conseguiram viajar”, completou.

Outro fator importante, segundo Lopes, é que o Rio de Janeiro atingiu um índice de vacinação alto. Hoje, a cidade está com 80,2% de sua população completamente imunizada. “E a gente (o setor de turismo e entretenimento) continua seguindo os protocolos, exigindo a carteira vacinal para entrar em hotéis, bares e restaurantes. Isso é uma segurança, né. Se a pessoa tá no Bondinho do Pão de Açúcar ou no Corcovado, ela sabe que todo mundo ali está vacinado”, disse.

Já de acordo com levantamento feito pela Rio Convention and Visitor Bureau (RCVB), uma fundação privada ligada ao turismo e entretenimento no Rio de Janeiro, a taxa de ocupação média dos hotéis na cidade também chega a 100% no último dia do ano. A pesquisa contempla os 50 hotéis econômicos, superiores e de luxo que integram a entidade. Para o acumulado entre os dias 30 de dezembro e 2 de janeiro, o índice é de 75%.

Em pontos turísticos tradicionais do Rio, como o Pão de Açúcar, por exemplo, a expectativa é atingir o patamar de visitantes de 2019. Naquele ano, o Bondinho recebeu 124 mil pessoas apenas no mês de dezembro.

“Olhando para esse prisma de recomeço, a gente está se adaptando a uma nova realidade”, disse Roberta Werner, diretora-executiva da RCVB. “Todos esses prestadores de serviços fizeram investimentos altíssimos para seguir os protocolos de segurança. O destino Rio de Janeiro está sendo muito procurado. A cidade é uma cidade com vocação para o lazer e muito aberta para eventos ao ar livre. Os viajantes se sentem muito mais seguros”, afirma.
Turistas animados e comerciantes otimistas

Marcos Vinícius Siqueira Gomes, de 28 anos, é um desses visitantes que aproveitou o fim de ano para curtir a cidade e visitar familiares. Ele é do Paraná, no Sul do país, e, desde que chegou, no último domingo, 26, já conheceu alguns dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro: o Jardim Botânico, o Parque Lage, o Arpoador, o Cristo Redentor e o Forte de Copacabana — que, segundo o advogado, estava bem cheio.

“Ano passado, eu e minha namorada passamos em casa, em Curitiba, com os familiares próximos. A gente não viajou por causa da pandemia, a gente não tinha vacina. Minha namorada não conhece a minha família daqui, então a gente aproveitou o fim de ano para ver a família e conhecer um pouco do Rio de Janeiro. A gente está aqui no Arpoador agora e, por exemplo, tá todo mundo sem máscara. A gente está curtindo, mas seguindo todas as recomendações necessárias”, contou.

E a chegada de turistas como Marcos Vinícius ao Rio está sendo um grande alívio para os comerciantes locais. A vendedora de biquínis Michele Rezende, de 26 anos, percebeu um movimento maior na praia de Copacabana nos últimos dias. O DIA esteve por lá na manhã desta terça-feira, 28, e constatou que os visitantes realmente lotaram a orla. “O movimento está bastante grande, inclusive em dias de semana, principalmente de turista. Não só gringos, porque tem muitos, mas também de outros estados. As maiores vendas estão sendo de turistas, eles são os que estão mais comprando”, disse.

O segundo destino mais procurado durante o fim de ano, depois da capital, é a Região dos Lagos. Por lá, Cabo Frio espera cerca de 800 mil visitantes para o Réveillon. A queima de fogos na Praia do Forte — que costuma receber um enorme volume de turistas de dentro e fora do Brasil — estava suspensa por limitações financeiras, mas a prefeitura voltou atrás na semana passada. A previsão de ocupação hoteleira é de 95%.

O movimento na cidade já começou a aumentar nesta última semana de 2021. Conforme informou a ViaLagos, entre esta segunda-feira, 27, e a sexta-feira, 31, por volta de 208 mil veículos devem atravessar a RJ-124, rodovia do Rio que percorre vários municípios da Região dos Lagos. No período dos dias 22 a 26 de dezembro, a estimativa é que tenham passado 133 mil automóveis pela estrada.

Em Búzios, a prefeitura confirmou fogos de artifícios em quatro pontos da cidade e está realizando uma força-tarefa de viaturas, estruturada para atender às demandas ocorridas durante o fim de ano. Já em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, o ano novo será celebrado com dez minutos de fogos de baixo efeito sonoro em dez lugares diferentes da cidade.

*Estagiária sob supervisão de Cadu Bruno
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