Natália Maria era funcionária de cartório e emitia documentos falsos Reprodução/TV Globo
Publicado 13/01/2022 08:45 | Atualizado 13/01/2022 15:41
Rio - A Polícia Civil realizou a Operação Terreno Alheio nesta quinta-feira (13), para desarticular uma organização criminosa especializada em falsificação de documentos e na venda fraudulenta de terrenos nas regiões dos Lagos e Metropolitana do Rio. Agentes da 66ª DP (Piabetá) prenderam sete pessoas. Três dos envolvidos foram presos em Cabo Frio, dois na Zona Oeste do Rio, um em Nova Iguaçu e um em São Paulo.
São eles: Pedro Gatto Junior, de 53 anos, apontado como chefe da quadrilha, e Benedita Frutuosa Haussmann, de 83 anos, que são mãe e filho; Natalia Maria Diniz Ribeiro Jacaranda, de 32, que era escrivã em um cartório; Roberto Rosa Soares Junior, de 48 anos; Raphael de Barros Sodré, de 32 anos; Fernando Carlos Gaspar, 56; e Juarez Ferreira de Aquino Junior, de 39 anos. Moacir Barbosa do Nascimento Junior, de 46 anos, também é integrante da quadrilha, mas ainda não foi preso. 
De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram em maio do ano passado, quando uma vítima compareceu à distrital e informou que havia sido vítima de estelionato. Ela teve um prejuízo de R$ 200 mil na compra de um terreno em Cabo Frio. Segundo o delegado titular da delegacia, Ângelo Lages, os terrenos vendidos fraudulentamente eram de alto valor comercial em Cabo Frio, próximos ao mar. A investigação realizou trabalho de inteligência financeira para provar a ligação entre os integrantes da organização através do rastro do dinheiro. 
Segundo as investigações, a organização contava com integrantes responsáveis pela falsificação de documentos e tinha um núcleo voltado para captação de potenciais vítimas. "Essa organização criminosa era estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter altíssimas vantagens pecuniárias através de fraudes. A organização criminosa, que era liderada por Pedro Gatto Junior, possuia integrantes responsáveis pela falsificação de documentos, possuía um núcleo voltado para captação de potenciais vítimas, além da serventuária do cartório, que passava todo ar de legalidade ao golpe", explicou o delegado. 
Os agentes descobriram que, além de falsificar documentos, a organização tinha como integrante uma escrevente de cartório de ofícios de notas, Natália Maria, que emitia documentos falsos e localizava terrenos alvos do grupo criminoso. "Essa escrevente, que já foi tabeliã substituta, se valia do seu cargo para emitir documentos falsos, localizar terrenos a serem alvos da organização criminosa, além de dar total credibilidade a atuação dos criminosos, uma vez que à vítima era levada a sua presença no interior do cartório, para que o negócio fosse concretizado", afirmou Lages. 
 
 
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