Publicado 13/01/2022 16:35 | Atualizado 13/01/2022 19:36
Rio- A Polícia Civil realiza, nesta tarde, a Operação Casmurro para o cumprimento de 24 mandados de prisão preventiva, três mandados de prisão temporária e 27 mandados de busca e apreensão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A ação faz parte da investigação de crimes de tráfico de drogas e associação para fins de tráfico na comunidade do Parque das Missões e em outras comunidades que formam o complexo Beira-Mar, no município. A operação resultou em sete suspeitos presos e três mortos em confronto. Além disso, foram apreendidas armas e drogas.
Um dos mortos durante a operação Casmurro é Lindomar Gregório de Lucena, o Babuíno ou Paraguaio, 36 anos, filho de consideração de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Babuíno estava foragido e tinha envolvimento com o tráfico, além de ser acusado por latrocínio e assalto. Ele é apontado pela polícia como o principal responsável pelos maiores roubos de cargas na Capital e região metropolitana e extorsão das empresas de logística de Duque de Caxias.
Já Luiz Paulo Santos Oliveira, conhecido como LP, foi um dos presos durante a ação. Ele é o responsável por toda a parte financeira das favelas controladas por Fernandinho Beira-Mar. Outro preso é o traficante conhecido como Piriquito, apontado como o "braço de guerra" de Beira-Mar. A polícia prendeu ainda o irmão de Babuíno, conhecido como 'Zé Galinha'. Ele é chefe do tráfico de algumas favelas em Duque de Caxias.
Além das prisões, foram apreendidos três fuzis, pistola, carregadores, artefatos explosivos , drogas (ainda sendo contabilizadas) e material para endolação.
Por sua localização privilegiada, a comunidade funciona como um grande entreposto para a Facção Comando Vermelho. O tráfico de drogas e armas no Parque das Missões vem sendo investigado e monitorado há quase dois anos pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE).
"Essa é uma investigação que começou em 2020 com o objetivo de desvendar a prática criminosa que ocorria naquela região de Caxias, que é uma região estratégica para esta facção criminosa, no sentido de ser um entreposto de distribuição de drogas e armas, pois facilita o escoamento. A ação culminou com a prisão das principais lideranças do narcotráfico. Um deles era um filho de consideração do Beira-Mar", Marcus Amim, delegado titular da DRE.
Reduto de Fernandinho Beira-Mar
A região, segundo a polícia, funciona como verdadeiro reduto do traficante preso Fernandinho Beira- Mar, o qual é constantemente referenciado em postagens, homenagens, pichações e outros símbolos que carregam o acrograma “FBM” (Família Beira-Mar). O criminoso tem grande influência em toda área que margeia a Baía de Guanabara na região da Baixada Fluminense, principalmente nas comunidades Parque Duque, Vila Operária, Favela Beira-Mar (origem do seu apelido), dentre outras.
Durante as investigações, a polícia confirmou o grande armazenamento de drogas e poderio bélico da facção que faz uso, ostensivo e diuturno, de armas de grosso calibre, como modernos fuzis, granadas, pistolas, dentre outras armas. De acordo com a polícia, o armamento são utilizados para fazer oposição a organizações criminosas rivais e às forças de segurança pública, com policiais e criminosos mortos no curso das investigações.
A região, segundo a polícia, funciona como verdadeiro reduto do traficante preso Fernandinho Beira- Mar, o qual é constantemente referenciado em postagens, homenagens, pichações e outros símbolos que carregam o acrograma “FBM” (Família Beira-Mar). O criminoso tem grande influência em toda área que margeia a Baía de Guanabara na região da Baixada Fluminense, principalmente nas comunidades Parque Duque, Vila Operária, Favela Beira-Mar (origem do seu apelido), dentre outras.
Durante as investigações, a polícia confirmou o grande armazenamento de drogas e poderio bélico da facção que faz uso, ostensivo e diuturno, de armas de grosso calibre, como modernos fuzis, granadas, pistolas, dentre outras armas. De acordo com a polícia, o armamento são utilizados para fazer oposição a organizações criminosas rivais e às forças de segurança pública, com policiais e criminosos mortos no curso das investigações.
A favela Parque das Missões estava sendo usada como base operacional pela facção Comando Vermelho para planejamento e execução de roubos de cargas, roubos de veículos, entreposto para distribuição de armas e drogas.
Armas para ataque de facções rivais
Nos últimos dias, o setor de monitoramento eletrônica da DRE descobriu que a facção Comando Vermelho estaria utilizando a excelente localização da comunidade para armazenar armas que seriam utilizadas na guerra entre as facções criminosas na região de Cordovil, Parada de Lucas, Cidade Alta, Quitungo e Guaporé, que são dominadas pela facção rival, e às quais se tem acesso a partir da mesma rodovia que cruza o Parque das Missões.
"Essa informação do setor de inteligência foi o que deflagrou a operação. Sabíamos que a comunidade estava sendo usada como local de armazenamento de armas que seriam usadas em enfretamento contra facções na região de Cordovil e Brás de Pina. Então, pensamos ser o momento exato para deflagrar a operação, justamente para apreender este armamento e prender os principais integrantes da facção", conta o delegado da DRE.
Ainda de acordo com a polícia, operação desta quinta-feira (13) desarticulou um plano que usaria a comunidade Parque das Missões como ponto de partida de uma iminente investida do Comando Vermelho no Complexo de Israel, tendo em vista a aproximação entre as comunidades.
De acordo com a polícia, as drogas e armas seriam escoados pela via marítima, haja vista sua localização às margens da Baía de Guanabara. A comunidade do Parque das Missões está localizada às margens do Rio Meriti (sendo este formado pelos rios Pavuna e Acari), e estrategicamente estabelecida no entroncamento de duas das principais rodovias do Rio de Janeiro, Washington Luiz e a Via Expressa Presidente João Goulart, mais conhecida como Linha Vermelha.
A Polícia Civil afirmou ainda que semanalmente são realizadas festas, especialmente bailes funks clandestinos, sendo o mais conhecido deles o “baile da Polônia”, dentro do Parque das Missões. Essas festas periódicas servem ao incremento do tráfico de drogas, e dão grande retorno financeiro, especialmente com o aumento do volume de drogas comercializada.
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