Publicado 13/01/2022 17:10
Rio - O novo coordenador da Coordenadoria de Diversidade Religiosa da Prefeitura do Rio, Márcio Dodds Righetti Mendes, o babalorixá Márcio de Jagun, anunciou, ao assumir o cargo, a criação de um Plano Municipal de Liberdade Religiosa para combater a intolerância, que atinge principalmente as religiões afro-brasileiras.
Professor de filosofia e cultura iorubá, o advogado especialista em Direitos Humanos, com ênfase em legislação relativa à liberdade religiosa, ressaltou que o objetivo é promover o comprometimento e capacitar os agentes públicos sobre o exercício da liberdade religiosa assegurada pela Constituição Federal e reforçada por leis estaduais e municipais.
De acordo com o coordenador, o plano municipal de Liberdade Religiosa vai envolver algumas das principais secretarias e órgãos da Prefeitura do Rio, como a Guarda Municipal e as Secretarias de Saúde e Educação.
"A intolerância religiosa acontece no nosso território há 500 anos e o nosso desafio é no cotidiano trabalhar para que as políticas públicas possam instruir a máquina do Estado sobre os direitos e deveres do cidadão em relação ao tema. O exercício dessa liberdade deve ser realizada no cotidiano e a política municipal é a mais próxima do cidadão no seu dia a dia", disse Márcio.
O babalorixá lembrou que historicamente os adeptos da Umbanda e do Candomblé, por exemplo, são as maiores vítimas de preconceito religioso, embora à intolerância seja uma realidade para todas as religiões de matrizes africanas no Brasil. Ele destacou que cabe ao poder público implementar políticas para mudar esse cenário.
Segundo Jagun, o trabalho de capacitação prevê ações multidisciplinares sobre liberdade religiosa a serem realizadas com agentes das áreas de educação, saúde, cultura e segurança, que no âmbito do município é de responsabilidade da Guarda Municipal.
Ao assumir a Coordenação da Diversidade Religiosa às vésperas de uma série de atividades organizadas pelo órgão para marcar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e I Semana Carioca da Diversidade Religiosa, criada por uma lei de autoria do vereador Átila Nunes (DEM), Márcio afirmou que tem mantido o diálogo com lideranças dos diferentes segmentos religiosos que atuam no Rio e a proposta é tornar permanentes as ações discutidas para avançar no combate o preconceito religioso na cidade.
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