Publicado 31/01/2022 18:04
Rio - Praias da Zona Sul e Zona Oeste amanheceram, nesta segunda-feira, pelo 3º dia seguido com trechos impróprios para banho por presença de espuma branca. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o fenômeno ainda é decorrente da floração de algas que ocorreu no fim de semana e chamou a atenção de banhistas ao mudar a cor do mar em alguns pontos. Uma língua negra na praia do Leme também calaborou para afastar banhistas pela manhã.
Apesar de não ter prejuízos confirmados, o Inea não recomenda o banho nos locais onde houver a presença da espuma esbranquiçada. "O Instituto recomenda evitar o banho nos trechos com esse fenômeno", pontuou o órgão de pesquisa. No sábado e no domingo, banhistas se assustaram com a coloração esverdeada e a quantidade de espuma nas praias.
O biólogo Mario Moscatelli explica que a situação das águas nas praias de Ipanema, Copacabana e Leblon, na Zona Sul, além de Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, é comum nesse período do ano.
"Todo verão temos potencialmente esse fenômeno em nossa zona costeira (...) Portanto, por um lado temos uma região costeira sempre com bastante nutriente de fontes diversas, some-se à isso as condições do verão que tem alta temperatura com grande e prolongada intensidade luminosa, pronto, está dada a receita para uma floração (grande multiplicação) de microalgas", explica.
Ainda segundo Moscatelli, apesar de pouco convidativa e, muitas vezes, mal cheirosa a água do mar nessa condição não produz nenhuma toxina. O biólogo avalia que a pior situação, na verdade, é constante e vista nas lagoas de Jacarepaguá, onde há floração de ciano bactérias tóxicas que escoam para à praia da Barra da Tijuca sempre que a maré baixa.
"Essa sim é um problema de saúde pública que a maioria não toma conhecimento e pode gerar problemas variados aos banhistas desavisados", avalia.
Moscatelli explica que a bactéria que por vezes é lançada no mar da Barra pode provocar problemas hepáticos. "No caso em específico das lagoas da baixada de Jacarepaguá, constatou-se que a espécie dominante é a 'Microcistys aeruginosa' que é um microrganismo que produz uma toxina chamada microcistina que é hepatóxica, isto é, faz mal ao fígado de quem ingere a água ou inala o spray das águas contaminadas", finalizou.
Além da condição de espuma, a praia do Leme também afastou os banhistas por ter amanhecido com uma língua negra acentuada, que se estendia do calçadão até o mar. Segundo o Inea, a condição se deu por conta das chuvas deste domingo.
"A Praia do Leme possui saída de galerias de águas pluviais que, na ocorrência de chuvas, extravasam para o mar (a fim de evitar alagamentos), o que contribui para o surgimento da “língua negra”. As galerias de águas pluviais são de responsabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro", explicou.
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