Publicado 05/02/2022 10:40 | Atualizado 05/02/2022 10:42
Rio - Maria Prestes, viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes, morreu na noite desta sexta-feira, em um hospital do Rio de Janeiro, vítima da covid-19. Internada no fim do mês passado, ela completou 92 anos na última quarta-feira. A informação foi confirmada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e por familiares nas redes sociais.
O velório está marcado para acontecer na manhã deste domingo, no Palácio Tiradentes, pertencente à Alerj e antiga sede da Câmara dos Deputados, onde Luiz Carlos Prestes fez muitos discursos em sua vida parlamentar. Ele faleceu em 1990, também aos 92 anos.
A socióloga e cientista política Ana Prestes lamentou a morte da avó. "Partiu uma grande brasileira. Dona Maria Prestes, que também foi Maria do Carmo ou Altamira ou todos os nomes que precisasse usar para seguir lutando por liberdade, democracia e justiça social. Uma comunista orgulhosa de sua luta e a mais maravilhosa avó que alguém poderia ter".
O PCdoB emitiu uma nota, na qual, em um dos trechos, destaca: "A luta pelo socialismo perde uma de suas guerreiras, mas seu exemplo e legado enchem de esperança os que seguem levantando sua bandeira e inspiram as novas gerações que seguiram o seu caminho. O PCdoB, comovido e honrado por ter convivido e se enriquecido com suas contribuições, rende as mais sentidas homenagens à sua memória".
O MST também lamentou a morte da esposa do "Cavaleiro da Esperança", como era conhecido Prestes. "Maria completou 92 anos dia 02 de fevereiro, dia de Iemanjá, e hoje nos deixou, vítima do genocídio que vivemos. Uma mulher fantástica, inspiradora e de luta! Que possa seguir nos iluminando", completou o movimento.
Confira outras mensagens:
Partido dos Trabalhadores (PT)
"Batizada como Altamira, desde adolescente aderiu ao Partido Comunista, em Pernambuco. Aguerrida militante, foi destacada pra ser segurança do líder Luiz Carlos Prestes, com quem se casou e viveu por 40 anos, a maioria deles na clandestinidade ou no exílio. Sua combatividade e dedicação às causas sociais sempre foi admirada pelos militantes petistas. Nas últimas décadas, Maria se aproximou do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, visitando com frequência os acampamentos e assentamentos".
André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)
"Recebo com muita tristeza a notícia do falecimento de Dona Maria Prestes militante do Partido Comunista brasileiro e viúva de Luiz Carlos Prestes. Uma grande revolucionária que certamente fará muita falta. Seu legado continua vivo. Minha solidariedade para amigos e familiares".
Governador do Maranhão Flávio Dino (PSB).
Governador do Maranhão Flávio Dino (PSB).
"Minhas homenagens à família, e aos companheiros e companheiras de Maria Prestes, que nos deixou. Ela fez história, ao lado do seu marido Luís Carlos Prestes. Esta foto foi quando a visita de Maria ao Palácio dos Leões".
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
"Maria Prestes se foi. Aos 92 anos, como seu companheiro Luís Carlos Prestes. Mulheres deveriam ser eternas tamanha a generosidade e resiliência que guardam em si. Fará muita falta. Guardarei sua força, sua luta, seu amor ao povo e sua coragem em homenagem à sua história".
Natália Bonavides, advogada e deputada federal (PT-RN)
"Acabo de receber a notícia que Maria Prestes nos deixou. Sem dúvidas, sua valentia e afeto seguirão como legado na história, inspirando todas e todos que lutam por um país melhor, mais justo e democrático. Minha solidariedade à amiga Mariana Prestes e a toda a família de Maria".
Wadih Damous, advogado e ex-presidente da OAB
"Morreu, há pouco, Dona Maria Prestes, revolucionária, militante do Partido Comunista Brasileiro. A companheira Maria era viúva de Luiz Carlos Prestes. Os povos oprimidos de todo o mundo lamentam essa perda. Foi mais uma vida valorosa que a covid ceifou".
Maria Prestes foi companheira do líder comunista por cerca de 40 anos, boa parte deles vividos no exílio, chegaram a viver dez anos em Moscou, na Rússia. No Brasil, passaram por longos períodos de atuação política clandestina.
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