Fauzi fugiu antes de ter o pedido de prisão ser decretadaReprodução / Youtube
Publicado 09/02/2022 10:49
Rio - O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) retirou, nesta quarta-feira, a acusação do crime de Terrorismo contra o economista e empresário Eduardo Fauzi. Com isso, o pedido de extradição para o Brasil foi suspenso. Ele, que está preso na Rússia, é acusado de arremessar coquetéis molotov para dentro do prédio onde funciona a produtora do grupo humorístico Porta dos Fundos, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, em 24 de dezembro de 2019.
Com a decisão do desembargador Marcello Ferreira de Souza Granado, o processo é retirado do âmbito federal e devolvido à justiça estadual do Rio de Janeiro. 
Os advogados de Fauzi disseram ao G1 que todas as decisões que foram tomadas na esfera federal foram anuladas e, consequentemente, não podem servir como fundamento para o procedimento de extradição.
Em janeiro, a Procuradoria-Geral da Rússia havia autorizado a extradição de Fauzi. A entrega da custódia do economista seria feita no Aeroporto Internacional de Moscou. 
Entenda o caso
Eduardo Fauzi viajou para a Rússia cinco dias após o crime e está preso em Moscou desde setembro de 2020 por estar com o nome na Difusão Vermelha da Interpol. Investigadores afirmam que cinco pessoas participaram do crime e que Fauzi foi o único que fugiu com o rosto descoberto.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Rio alegou que o criminoso assumiu o risco de matar o vigilante, uma vez que ele poderia ser visto pelo lado externo do prédio atacado, tendo em vista que a porta de acesso ao mesmo era de vidro. Os promotores defendem que a vítima só não morreu porque teve pronta reação, conseguindo controlar o incêndio e fugir do imóvel, mesmo a portaria sendo pequena, com apenas uma saída.
Na época do atentado, o Porta dos Fundos era alvo de críticas em razão do lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. Um abaixo-assinado online chegou a pedir a retirada do programa da plataforma de streaming, sem sucesso. Ações judiciais também foram ajuizadas, mas decisões da Justiça do Rio e de São Paulo arquivaram os pedidos.
Dias após o ataque, Fauzi chegou a gravar um vídeo, divulgado nas redes sociais, em que chamou os humoristas de 'intolerantes' Na gravação, ele diz que 'quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro'. "Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos", afirmou. Um grupo autodenominado 'integralista' também divulgou um vídeo reivindicando o ataque à produtora.
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