Publicado 14/02/2022 01:00
Rio- Foi ao som de tiros que moradores da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, acordaram na manhã de sexta-feira (11). Uma operação policial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais da PM) realizada na comunidade deixou oito homens apontados como traficantes mortos e resultou na apreensão de mais de 300 quilos de maconha. De acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado, esta é a operação mais letal de 2022, que já registrou sete confrontos com mortes em grupo, sendo seis ocorridas em operações policiais. Em relação ao ano passado, a média de conflitos armados desse tipo cresceu 3%. Já a média dos registros de mortos nestas circunstâncias subiram 11%.
Segundo o Fogo Cruzado, só neste ano já foram registradas as mortes de 31 vítimas fatais no Grande Rio, sendo 28 mortos durante operações. O que quer dizer que 86% das mortes em grupo aconteceram em ações policiais e 90% das mortes ocorridas na região Metropolitana neste ano foram durante operações da polícia.
Segundo o Fogo Cruzado, só neste ano já foram registradas as mortes de 31 vítimas fatais no Grande Rio, sendo 28 mortos durante operações. O que quer dizer que 86% das mortes em grupo aconteceram em ações policiais e 90% das mortes ocorridas na região Metropolitana neste ano foram durante operações da polícia.
A PM afirmou que a operação na Vila Cruzeiro se deu à procura de criminosos do Jacarezinho, primeira favela escolhida pelo Governo do Estado do Rio para lançar o programa piloto Cidade Integrada. Entre os alvos da operação estava Adriano de Souza Freitas, conhecido como "Chico Bento", um dos principais traficantes do Jacarezinho, que teria se escondido na Vila Cruzeiro. Ele teria escapado em maio de 2021, quando uma operação policial deixou 29 mortos no Jacarezinho.
Para Maria Isabel Couto, diretora de programas do Fogo Cruzado, a criação por parte do governo do estado de um plano de redução da letalidade policial, deve ser colocado em prática de maneira urgente.
“Esse cenário é resultado de escolhas políticas falidas, que oferecem letalidade policial ou abandono como resposta à insegurança crônica que afeta o Rio de Janeiro”, avalia Maria Isabel Couto.
Há uma semana o Supremo Tribunal Federal (STF) exigiu do governo estadual do Rio de Janeiro a criação de um plano para conter a letalidade nas operações policiais. A elaboração do projeto deve ser enviada para análise do Supremo em 90 dias.
Violência em 2022
Segundo Relatório Mensal do Instituto Fogo Cruzado, durante o primeiro mês do ano, houve 227 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O levantamento aponta que um em cada três tiroteios na Região Metropolitana em janeiro ocorreu em ações e operações policiais. Ao todo, foram 72 registros, deixando 121 pessoas baleadas. Destas 63 morreram e 58 ficaram feridas.
Rotina alterada pelos confrontos
A operação que aconteceu na sexta-feira, na Vila Cruzeiro, fechou mais de 15 escolas municipais e afetou o atendimento de agentes de saúde das Clínicas da Família. Em 2021, 1.688 unidades de saúde da Região Metropolitana do Rio de Janeiro foram afetadas por tiroteios no seu entorno, segundo dados do Relatório Anual do Instituto Fogo Cruzado. Número que representa 40% das unidades de saúde (4.190) no Grande Rio.
Em 2019, três em cada quatro escolas municipais do Rio vivenciaram ao menos um tiroteio nos arredores da unidade, segundo levantamento do CESeC (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania). O estudo “Tiros no Futuro: Impactos da guerra às drogas na rede municipal de Educação do Rio de Janeiro” revela que 74% das escolas cariocas tiveram ao menos um tiroteio no seu entorno em 2019.
O levantamento mostrou ainda que as escolas mais expostas à violência registraram, em média, no seu entorno, dez operações policiais em 2019. As unidades não tiveram os nomes revelados.
Para Maria Isabel Couto, diretora de programas do Fogo Cruzado, a criação por parte do governo do estado de um plano de redução da letalidade policial, deve ser colocado em prática de maneira urgente.
“Esse cenário é resultado de escolhas políticas falidas, que oferecem letalidade policial ou abandono como resposta à insegurança crônica que afeta o Rio de Janeiro”, avalia Maria Isabel Couto.
Há uma semana o Supremo Tribunal Federal (STF) exigiu do governo estadual do Rio de Janeiro a criação de um plano para conter a letalidade nas operações policiais. A elaboração do projeto deve ser enviada para análise do Supremo em 90 dias.
Violência em 2022
Segundo Relatório Mensal do Instituto Fogo Cruzado, durante o primeiro mês do ano, houve 227 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O levantamento aponta que um em cada três tiroteios na Região Metropolitana em janeiro ocorreu em ações e operações policiais. Ao todo, foram 72 registros, deixando 121 pessoas baleadas. Destas 63 morreram e 58 ficaram feridas.
Rotina alterada pelos confrontos
A operação que aconteceu na sexta-feira, na Vila Cruzeiro, fechou mais de 15 escolas municipais e afetou o atendimento de agentes de saúde das Clínicas da Família. Em 2021, 1.688 unidades de saúde da Região Metropolitana do Rio de Janeiro foram afetadas por tiroteios no seu entorno, segundo dados do Relatório Anual do Instituto Fogo Cruzado. Número que representa 40% das unidades de saúde (4.190) no Grande Rio.
Em 2019, três em cada quatro escolas municipais do Rio vivenciaram ao menos um tiroteio nos arredores da unidade, segundo levantamento do CESeC (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania). O estudo “Tiros no Futuro: Impactos da guerra às drogas na rede municipal de Educação do Rio de Janeiro” revela que 74% das escolas cariocas tiveram ao menos um tiroteio no seu entorno em 2019.
O levantamento mostrou ainda que as escolas mais expostas à violência registraram, em média, no seu entorno, dez operações policiais em 2019. As unidades não tiveram os nomes revelados.
Plano de redução da letalidade em fase de conclusão
Questionado por O DIA, o governo do Rio informou que está em fase de conclusão de plano de redução de letalidade policial. Segundo o estado, foi criado um grupo de trabalho do qual fazem parte a Procuradoria-Geral do Estado, as secretarias de Polícia Civil e Polícia Militar e o Instituto de Segurança Pública, que coordena o grupo. Entre as medidas do plano, a principal é a aquisição de câmeras operacionais portáteis, que visam garantir mais transparência à ação policial.
"O Estado do Rio concluiu a maior licitação do país para aquisição desse tipo de equipamento, com contratação de 21.571 câmeras para serem instaladas não apenas nos uniformes dos policiais, mas também dos agentes de fiscalização e defesa civil. A aquisição das câmeras – que faz parte do Programa de Transparência do governo do Estado do Rio – foi feita com um valor 70% mais baixo do que a média estimada inicialmente na fase de pesquisa de preços. O equipamento começou a ser usado pela Polícia Militar no Réveillon de Copacabana", diz um trecho da nota oficial.
Conforme o estado, outra medida é a aquisição de câmeras para as viaturas da PM. Embora a Assembleia Legislativa do Rio tenha mantido o veto do governador Cláudio Castro à lei de 2009 na parte que trata da instalação imediata desse equipamento, o governo diz que fez audiência pública para as empresas interessadas em participar da licitação. Para o governo, as duas medidas atendem à ADPF 635.
"O Estado do Rio concluiu a maior licitação do país para aquisição desse tipo de equipamento, com contratação de 21.571 câmeras para serem instaladas não apenas nos uniformes dos policiais, mas também dos agentes de fiscalização e defesa civil. A aquisição das câmeras – que faz parte do Programa de Transparência do governo do Estado do Rio – foi feita com um valor 70% mais baixo do que a média estimada inicialmente na fase de pesquisa de preços. O equipamento começou a ser usado pela Polícia Militar no Réveillon de Copacabana", diz um trecho da nota oficial.
Conforme o estado, outra medida é a aquisição de câmeras para as viaturas da PM. Embora a Assembleia Legislativa do Rio tenha mantido o veto do governador Cláudio Castro à lei de 2009 na parte que trata da instalação imediata desse equipamento, o governo diz que fez audiência pública para as empresas interessadas em participar da licitação. Para o governo, as duas medidas atendem à ADPF 635.
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