Publicado 12/02/2022 07:32 | Atualizado 12/02/2022 07:38
Rio - Acusado de ser o mandante da morte do contraventor Fernando Iggnácio, em novembro de 2020, Rogério de Andrade alegou ter testado positivo para covid-19 e não compareceu à audiência de instrução e julgamento do processo, na última quinta-feira (10), na 1ª Vara Criminal da Capital. Rogério é sobrinho do famoso bicheiro Castor de Andrade e apontado como um dos principais nomes da contravenção no Rio. O assassinato teria acontecido por uma antiga disputa de poder.
A juíza Tula Corrêa de Melo, da 1ª Vara Criminal, ouviu na quinta-feira as primeiras quatro testemunhas requeridas pelo Ministério Público. Três delas têm ligação com o heliponto onde Iggnácio foi morto. Vanessa Mouzo de Souza, filha de Carlos Mouzo, dono da Heli-Rio, foi ouvida por videoconferência por estar em viagem nos Estados Unidos; André Ribeiro Guerra era funcionário da empresa e colega de Vanessa; e Eduardo Amancio Cesar é funcionário da empresa contratada pela Heli-Rio para substituir as câmeras de segurança na semana em que Iggnácio foi morto. Já o delegado Moyses Santana era o titular da Delegacia de Homicídios da Capital na época do crime.
Rodrigo Silva das Neves e Marcio Araújo de Souza, acusados de participação no crime junto com Rogério de Andrade, estiveram na audiência - eles estão presos. Ygor Rodrigues Santos da Cruz e os irmãos Pedro Emanuel D’Onofre e Otto Samuel d’Onofre são outros acusados do homicídio, mas estão foragidos.
No início da audiência, os advogados dos réus se manifestaram anunciando que não iriam apresentar nenhuma pergunta para as testemunhas, em protesto por considerarem que não tiveram tempo hábil para analisarem as documentações apresentadas pelo Ministério Público no processo.Eles chegaram a requerer o adiamento da audiência, mas a juíza Tula de Melo negou o pedido, garantindo que todos poderiam requerer novos depoimentos das testemunhas presentes, caso considerassem necessário, após examinarem todas as peças do processo.
Uma nova sessão está marcada para o dia 18 de março.
A morte
Fernando Iggnácio foi morto a tiros de fuzil no dia 10 de novembro de 2020, quando voltava de uma viagem para Angra dos Reis. Iggnácio foi atingido momentos antes de entrar no seu carro. As investigações apontaram que os atiradores estavam de campana em um terreno localizado atrás do estacionamento do heliponto.
Fernando Iggnácio era genro de Castor de Andrade, tio de Rogério. Depois da morte do patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1997, Iggnácio e Rogério se tornaram rivais na disputa pelo espólio do contraventor.
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