Publicado 16/02/2022 13:20
Rio - O policial militar Carlos Arnaud de Oliveira Bastos, indiciado pela morte do vendedor de balas Hiago Macedo de Oliveira Bastos, teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva, nesta quarta-feira. A progressão foi feita pelo juiz Rafael de Almeira Rezende, da Central de Audiências de Custódia, em Benfica. O crime aconteceu na última segunda-feira, na estação das barcas, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
De acordo com o magistrado, o motivo fútil do delito justifica a manutenção da prisão em preventiva: "O regular andamento da instrução criminal deve ser garantido pela segregação preventiva do custodiado, porquanto a liberdade nesta fase processual poderia acarretar sérios gravames à colheita das provas necessárias ao julgamento da demanda, sobretudo diante da probabilidade de vir a influenciar negativamente o depoimento das testemunhas, que se sentiriam constrangidas ou até intimidadas em prestar o depoimento de forma livre”, disse o juiz.
Segundo relato da viúva de Hiago, Thais Oliveira Santos, o vendedor saiu de casa no início da manhã da última segunda-feira para vender os produtos no calçadão do terminal das barcas, em Niterói, como fazia todos os dias.
No entanto, ele se envolveu em uma discussão com um pedestre e o policial entrou na briga. Uma discussão foi iniciada e o agente de folga disparou contra ele. O filho adolescente de Thais estava no momento do tiro e contou que o PM atirou à queima-roupa no peito de Hiago. "Ele não cometeu crime nenhum, não sabia que oferecer bala era crime", disse.
Nesta terça-feira o Secretário de Direitos Humanos de Niterói, Raphael Costa, disse que o policial militar praticou um ato cruel de violência contra o vendedor de balas.
Versão da Polícia Militar
Até o momento, a Polícia Militar diz que, de acordo com informações preliminares, o policial militar de folga interviu em uma tentativa de roubo na Praça Arariboia. Na ação, ainda segundo a PM, Hiago teria "investido contra sua integridade, sendo atingido por um disparo".
A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) foi acionada e acompanha o caso. O policial que disparou está com um homem, que seria a vítima da tentativa de roubo, prestando depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
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