José Arnaldo de Amorim morreu durante o trabalho na Reduc, em Duque de CaxiasReprodução/ Agência O DIA
Publicado 21/02/2022 09:31 | Atualizado 21/02/2022 11:12
Rio - Cerca de 60 pessoas fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (21) no km 113 da Rodovia BR-040, em Duque de Caxias, pela morte de um funcionário terceirizado da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. José Arnaldo de Amorim morreu no último sábado (19) durante a parada de manutenção interna de um equipamento chamado vaso 7 da U-4500, em espaço confinado. Ele havia completado 40 anos na última quarta-feira.
Há registro do protesto desde as 8h. A via ficou totalmente interditada, mas às 9h30 já estava liberada. 
A vítima trabalhava para a empresa C3 Engenharia e faleceu durante atividade de manutenção no interior de um equipamento na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
O filho de José, Jonatas denuncia demora no socorro do pai e conta que ele mesmo identificou a vítima. "O resgate demorou mais de cinquenta minutos. Me avisaram de que um trabalhador havia se acidentado e como sou funcionário entrei na empresa e constatei que era meu pai", conta.
Jonatas, de 27 anos, seguiu a carreira do pai e trabalha como caldeireiro, mas em outra empresa terceirizada da Reduc. Ele questiona se o procedimento para o trabalho de manutenção foi cumprido.
"Chamaram ele para fazer um serviço. Chegando lá, para iniciar qualquer tipo de serviço, tem um documento que o operador da Petrobras assina chamado 'PT', permissão de trabalho, atestando que as condições estão seguras para o trabalho. O operador liberou e assinou", relata. Na sequência, a empresa terceirizada também faz uma medição dos gases na estrutura, o que foi feito e aprovado. "Possivelmente, o aparelho da empresa estava danificado. Mas, como a Petrobras não apontou problemas, a empresa não desconfiou", avalia.
Jonatas conta que depois que José entrou na caldeira desacordou rapidamente. "Foi questão de segundos", conta.
A Petrobras lamentou a morte e informou que o trabalhador recebeu atendimento médico imediatamente no local, e foi levado para atendimento externo, mas, infelizmente, não resistiu.

"A Petrobras está em contato com a empresa C3, para prestar todo apoio à família do colaborador neste momento difícil. A companhia acompanhará o caso junto a empresa contratada e formou uma comissão para investigação que permita esclarecer as circunstâncias da ocorrência. As autoridades competentes foram comunicadas", diz em nota.
O Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro Caxias) divulgou nota em que cobra mais segurança para os trabalhadores. "Infelizmente a história se repete na REDUC. Em 2008, tivemos na U-2800, um acidente em espaço confinado que quase levou um trabalhador a morte. O sindicato vem advertindo a empresa sobre a falta de treinamento e recursos necessários para os trabalhadores e as trabalhadoras desenvolverem suas atividades de manutenção com segurança", diz o texto.

A Direção do Sindipetro Caxias pede a suspensão de todos os serviços da parada de manutenção e que o sindicato seja convocado para averiguação das condições em que o acidente ocorreu.
O caso foi registrado na 59ª DP (Duque de Caxias) e será encaminhado para 60ª DP (Campos Elíseos), que prosseguirá com as investigações.
O velório de José será realizado nesta segunda-feira até as 14h30 no Cemitério Memorial do Rio, na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias.
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