Publicado 21/02/2022 23:01 | Atualizado 22/02/2022 13:33
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou nesta segunda-feira (21), Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Luz da Silva pela morte de Moïse Kabagambe. Os três homens também tiveram a prisão preventiva solicitada por parte do órgão.
O MP informa na denúncia que Moïse foi agredido com requintes de crueldade, “como se fosse um animal peçonhento” e que os denunciados “com vontade livre e consciente de matar, em comunhão de desígnios entre si, agrediram a integridade corporal”, do jovem.
Ainda de acordo com a denúncia do órgão, "Brendon, conhecido como Tota, derrubou e imobilizou Moïse, que já dominado sem chance de defesa foi agredido também por Fábio, vulgo Belo que por sua vez o agrediu covardemente com um pedaço de madeira. E em seguida, Aleson, conhecido como Dezenove", deu continuidade às agressões contra o congolês.
A denúncia também reforça que "além da vítima ter sido agredida com golpes desferidos com um taco de beisebol, socos, chutes e tapas, o crime foi praticado por motivo fútil, decorrente de uma mera discussão. Uma vez que foram usados recursos que impossibilitaram a defesa da vítima mesmo percebendo que o jovem já não conseguia reagir".
Câmeras de segurança do quiosque Tropicália, flagraram o momento do crime:
Atenção! Imagens fortes.
Crime que chocou o país
Moïse Kabagambe, o jovem imigrante congolês de 24 anos, que trabalhava no quiosque Tropicália na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, foi espancado e morto por Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Luz da Silva na noite do último dia 24 de janeiro. Os três homens agrediram o jovem com socos e chutes, golpes de taco de beisebol e pauladas.
O motivo, de acordo com relatos colhidos pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ), foi um desentendimento após Moïse cobrar valores de duas diárias de trabalho no quiosque.
O motivo, de acordo com relatos colhidos pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ), foi um desentendimento após Moïse cobrar valores de duas diárias de trabalho no quiosque.
O crime gerou grande comoção com repercussão nacional e internacional, protestos e até relatos de ameaças de familiares do jovem congolês que chegaram a dizer que teriam sido inibidos ao ir até o local onde fica o quiosque para protestar e mostrar a indignação pelo assassinato brutal de Moïse.
Organizações de Defesa dos Direitos Humanos, Grupos Antirracistas e outras entidades de grande importância, bem como artistas e autoridades foram às redes sociais protestar contra o crime. O caso chamou a atenção das autoridades sobre condições de trabalho insalubre, maus tratos, abusos e não cumprimento de leis trabalhistas para com os imigrantes que residem na capital fluminense, que vieram para cá fugindo de guerras e conflitos políticos na esperança de um recomeço no Brasil.
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