Publicado 26/02/2022 07:37 | Atualizado 26/02/2022 10:24
Rio - A greve dos funcionários do BRT segue pelo segundo dia seguido e afeta a circulação de passageiros na manhã deste sábado (26), apesar de o Tribunal Regional do do Trabalho (TRT) da 1ª Região ter determinado, na noite de sexta-feira (25), o funcionamento de pelo menos 80% da frota, sob risco de multa diária de R$ 100 mil. A greve começou ainda na madrugada de sexta, e ainda não há prazo de retorno da normalização. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou que fará demissões por justa causa.
O Sindicato dos Rodoviários afirmou que a posição da entidade é que "liminar é para ser cumprida e não discutida". A direção e o presidente do sindicato, Sebastião José, entraram em contato com os motoristas do BRT pedindo que eles retornem ao trabalho, para que seja cumprida a determinação do TRT de colocar 80% da frota rodando. A cada dia de descumprimento, o sindicato será multado em R$ 100 mil.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou pelas redes sociais neste sábado (26) que a MobiRio, empresa pública que cuida do BRT, fará demissões por justa causa por conta da greve. O prefeito também afirmou ter solicitado ao Ministério da Justiça a entrada da Polícia Federal no caso, por indícios de locaute. O locaute acontece quando uma entidade patronal impede seus trabalhadores de cumprirem as atividades. A prática, proibida no Brasil, é utilizada em negociações entre empregador e funcionários, ou empresa e poder público. "Estamos travando uma batalha para mudar de vez a realidade do transporte carioca. Não recuaremos nessa missão", disse o prefeito.
Na manhã deste sábado (26), a reportagem do DIA esteve no Terminal Alvorada e observou uma movimentação muito menor do que a habitual, mesmo nos fins de semana. A cineasta Pâmela Nogueira, de 28 anos, tentava se deslocar, mas encontrou dificuldade.
"Hoje tive que pegar um ônibus direto para a Alvorada, que está rodando desde ontem em Santa Cruz para tentar aliviar a paralisação. Quando uso o BRT, é sempre o caos. Sem ar-condicionado, sempre lotado, ônibus que quebram no meio do caminho - mas também tem parte da população que quebra vidro", avaliou Pâmela.
"A paralisação por um lado é certa.Os motoristas precisam do mínimo de condição para trabalhar, e os usuários de um transporte eficiente, coisa que na Zona Oeste não existe. Não temos opção de ir paraBarra e Recreio sem ser pelo BRT", concluiu a usuária.
Com a falta de BRTs, a Prefeitura do Rio disse que irá alugar ônibus comuns para substituir o BRT e pediu que a população priorize outros modais de transporte, como ônibus, trens e metrô. Desde sexta-feira está em ação um 'plano de contingência' para abastecer a população que precisa do BRT. Ônibus comuns farão o trajeto normal do BRT. São cinco linhas, duas diretas, duas expressas e uma parador no Corredor TransOeste. Ontem, cerca de 250 mil passageiros foram afetados.
- Linha 10 - Santa Cruz x Alvorada-direto: 28 carros/ intervalos de 5 min;
- Linha 12 - Pingo d'Água x Alvorada direto: 28 carros/ intervalos de 5 min;
- Linha 20: Santa Cruz x Salvador Allende, expresso / intervalos de 10 min;
- Linha 19: Pingo D'água x Salvador Allende, expresso / intervalos de 8 min;
- Linha 25: Mato Alto x Alvorada, parador / intervalos de 10 min.
Nas outras áreas que estão sem BRT, a população deve buscar as linhas convencionais, segundo a prefeitura.
- Linha 12 - Pingo d'Água x Alvorada direto: 28 carros/ intervalos de 5 min;
- Linha 20: Santa Cruz x Salvador Allende, expresso / intervalos de 10 min;
- Linha 19: Pingo D'água x Salvador Allende, expresso / intervalos de 8 min;
- Linha 25: Mato Alto x Alvorada, parador / intervalos de 10 min.
Nas outras áreas que estão sem BRT, a população deve buscar as linhas convencionais, segundo a prefeitura.
No trecho Jardim Oceânico, Alvorada e Taquara, as opções são as linhas 803, 900, 766 e 954, que atendem os bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Gardênia Azul, Pechincha, Freguesia e Cidade de Deus. O ponto final da linha 565 será estendido temporariamente até o Terminal Paulo da Portela, em Madureira, e fará retorno próximo ao viaduto de Cascadura.
No trecho entre Taquara e Madureira, o passageiro tem como opção a linha 636, que opera até o Merck. No trecho entre Madureira e Penha, o usuário tem as linhas 721 e 355 como opção.
No trecho entre Penha e Bonsucesso, o usuário pode utilizar a linha 313.
No trecho entre Taquara e Madureira, o passageiro tem como opção a linha 636, que opera até o Merck. No trecho entre Madureira e Penha, o usuário tem as linhas 721 e 355 como opção.
No trecho entre Penha e Bonsucesso, o usuário pode utilizar a linha 313.
Nos deslocamentos entre Fundão e Barra, é possível utilizar a linha 616 até Del Castilho, e a linha 614 até a Barra.
O que pedem os funcionários do BRT
Por meio de nota, o Sindicato dos Rodoviários do Rio informou que cerca de 480 motoristas que trabalham nos três corredores do BRT cruzaram os braços desde a madrugada de sexta-feira (25). Eles reivindicam que seja realizado um novo contrato que garanta todos os direitos dos funcionários, incluindo férias, 40% do FGTS em caso de demissão, auxílio desemprego, reajuste salarial, ticket alimentação, plano de saúde, pagamento de horas extras, além da recontratação de 50 funcionários que estavam afastados por licença médica e já podem retornar.
Colaborou Fábio Costa
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.