Publicado 28/02/2022 10:13
Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), fez nesta segunda-feira (28) uma live para explicar a versão do município sobre os problemas recentes enfrentados no BRT. Desde sexta-feira (25), o sistema de transporte viveu duas crises: uma operacional, com uma greve de funcionários que durou dois dias, e outra judicial, com uma liminar que repassava a administração do BRT às concessionárias. A greve foi suspensa após acordo e os ônibus circulam normalmente desde domingo. Já a decisão judicial foi revogada no dia seguinte.
De seu gabinete na sede da Prefeitura, na Cidade Nova, Paes afirmou que o município "enfrentou algumas batalhas nos últimos dias", e citou inicialmente a greve de funcionários do BRT, que começou na sexta-feira (25) e terminou na tarde de sábado (26), após audiência de conciliação. Paes voltou a tratar a paralisação como 'locaute', crime federal que acontece quando patrões e empresários impedem as atividades dos funcionários em busca de algum tipo de pressão.
Paes resumiu as mudanças do BRT desde o início da gestão: primeiro com a intervenção na empresa que administrava o sistema, em 2021; depois, em fevereiro desde ano, com a caducidade dos contratos, que fez o BRT passar oficialmente para as mãos da prefeitura, com a criação da Mobi-Rio.
"Antes de fazermos a caducidade, demitimos todos os funcionários da empresa antiga, pagamos todos os direitos trabalhistas, e recontratamos. O pessoal que fez a paralisação, a maioria sem ter muita noção do que estava fazendo, fez diante dessa circunstância: tinha acabado de receber todos os seus direitos e foram recontratados. E mesmo assim, houve greve. Isso caracteriza locaute, que é quando o próprio patrão faz uma espécie de falsa greve. Anunciamos, infelizmente, a primeira demissão de alguns funcionários, e em audiência de conciliação a prefeitura aceitou não demitir, em troca da volta da circulação", defendeu Paes.
O prefeito também chamou de 'meio incompreensível' e 'meio doida' a decisão liminar da 6ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça, que repassaria às empresas o controle do BRT, tirando o poder da Mobi-Rio. A liminar, concedida sábado (26), foi revogada no domingo (27) pela própria Justiça. Assim, o BRT está circulando normalmente e ainda sob administração municipal.
"Ao mesmo tempo, em razão da greve, teve uma decisão judicial meio incompreensível que devolvia às empresas privadas o controle do BRT, o que por si só é meio doido. Felizmente, conseguimos revogar essa decisão ontem, com o primeiro vice-presidente do TJ, o desembargador Maldonado (José Carlos Maldonado de Carvalho)", comentou o prefeito.
Por fim, Paes prometeu recuperar a efetividade do BRT e responsabilizou outros entes, como a antiga gestão municipal e as concessionárias. "Vamos recuperar esse sistema, infelizmente não no prazo que a gente gostaria. Mas vamos resolver esse absurdo. Destruir é muito fácil, construir é muito difícil. A gente fez um investimento muito grande com o dinheiro público. Esse sistema funcionava muito bem, mas foi destruído. Vamos lutar para que ele volte a ser útil para a população no dia a dia".
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