Publicado 03/03/2022 21:53
Rio - Eduardo Fauzi, suspeito de integrar o grupo que jogou coquetéis molotov na fachada da produtora Porta dos Fundos, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, foi extraditado da Rússia para o Brasil nesta quinta-feira (3). O homem estava em Moscou e foi conduzido por policiais brasileiros da Interpol. No Rio, ele ficará preso no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte.
O economista e empresário foi preso em setembro de 2020. Em janeiro de 2022, a Procuradoria-Geral da Rússia autorizou a extradição dele. A entrega da custódia do economista seria feita no Aeroporto Internacional de Moscou, mas foi suspensa.
Entenda o caso
Eduardo Fauzi viajou para a Rússia cinco dias após o crime e está preso em Moscou desde setembro de 2020 por estar com o nome na Difusão Vermelha da Interpol. Investigadores afirmam que cinco pessoas participaram do crime e que Fauzi foi o único que fugiu com o rosto descoberto.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Rio alegou que o criminoso assumiu o risco de matar o vigilante, uma vez que ele poderia ser visto pelo lado externo do prédio atacado, tendo em vista que a porta de acesso ao mesmo era de vidro. Os promotores defendem que a vítima só não morreu porque teve pronta reação, conseguindo controlar o incêndio e fugir do imóvel, mesmo a portaria sendo pequena, com apenas uma saída.
Na época do atentado, o Porta dos Fundos era alvo de críticas em razão do lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. Um abaixo-assinado online chegou a pedir a retirada do programa da plataforma de streaming, sem sucesso. Ações judiciais também foram ajuizadas, mas decisões da Justiça do Rio e de São Paulo arquivaram os pedidos.
Dias após o ataque, Fauzi chegou a gravar um vídeo, divulgado nas redes sociais, em que chamou os humoristas de 'intolerantes' Na gravação, ele diz que 'quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro'. "Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos", afirmou. Um grupo autodenominado 'integralista' também divulgou um vídeo reivindicando o ataque à produtora.
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