Complexo da Marédivulgação
Publicado 04/03/2022 16:58
Rio - A Fiocruz realizou a pesquisa "Vacina Maré", que avaliou a efetividade da vacina da Fiocruz/AstraZeneca contra o adoecimento por covid-19 no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. Uma das conclusões do trabalho foi a eficácia da vacinação mesmo em comunidades com alta transmissão. O estudo analisou o aumento gradativo da proteção e verificou que, três semanas após a primeira dose, a proteção contra a Covid-19 sintomática é de 31,6%. Duas semanas após a segunda dose, essa taxa sobe para 65,1%.

O Complexo de Maré possui cerca de 140 mil moradores, sendo que 93,4% receberam a vacina AstraZeneca. A pesquisa foi feita em parceria com o Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio, o Instituto de Saúde Global de Barcelona e a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, o estudo contou com o apoio da Redes da Maré e do Projeto Conexão Saúde – De Olho na Covid.
Segundo a Fiocruz, as evidências reforçaram a importância da segunda dose para garantir uma resposta imune mais robusta e prolongada, porque os efeitos da primeira começam a enfraquecer após alguns meses.

"Qual a efetividade da vacina em proteger as pessoas e evitar que contraiam a Covid? As pessoas que tomaram a vacina estão protegidas de adquirir infecção pelo vírus? Essa é a grande pergunta do estudo, e a resposta é sim. Hoje, há muita gente falando que a vacina não protege da doença, somente de hospitalização e morte. Isso não é verdade. Claro, o nível de proteção para as formas graves é maior. Se você está vacinado, pode se infectar e ficar assintomático, ou ter sintomas mais brandos. Por outro lado, muita gente não vai ter a doença porque está vacinada", explicou Fernando Bozza, pesquisador da Fiocruz e coordenador do estudo.
"A vacina protege em todos os níveis: da morte, da hospitalização e da aquisição do vírus ou adoecimento. Claro que esses níveis são diferentes: aqui, estamos falando de 65% contra aquisição depois da segunda dose. Quando olhamos para hospitalização e morte, isso sobe para mais de 80, 90%", reiterou o pesquisador.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Painel Rio Covid, da Prefeitura, de 30 de outubro do ano passado até 18 de janeiro deste ano, data da última atualização, não houve óbito na Maré decorrente da doença. O estudo segue em andamento e pretende, na próxima etapa, avaliar a efetividade da vacina em relação à Ômicron e à dose de reforço
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