Pai e filho têm, cada um, cerca de 20 anotações por estelionato, organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiroReprodução/TV Globo
Publicado 07/03/2022 08:31
Rio - A Polícia Civil realizou, nesta segunda-feira (7), a operação Stop Loss contra uma quadrilha de estelionatários que aplicavam o golpe do empréstimo consignado em aposentados e servidores públicos. Agentes da 76ª DP (Niterói) pretendiam cumprir sete mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Pelo menos cinco pessoas foram presas no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. 

De acordo com as investigações, os golpistas abriam empresas em nome próprio ou de laranjas e atraíam clientes oferecendo retornos vantajosos em investimentos no mercado financeiro. Os recursos eram obtidos por meio de empréstimos consignados feitos pelas vítimas com a orientação dos criminosos. Após os empréstimos, as vítimas ficavam com 10% do valor e transferiam 90% para contas bancárias indicadas pela empresa.
Para dar aparência de legalidade, as firmas emitiam um contrato de cessão de crédito e investimento em que se responsabilizavam em fazer as supostas operações no mercado financeiro para pagar todas as parcelas dos consignados. Como as operações eram inexistentes, depois do pagamento das primeiras parcelas, os estelionatários fechavam as portas das firmas e desapareciam com o dinheiro, deixando as dívidas dos empréstimos para as vítimas.
A distrital ainda descobriu que por trás de três empresas, estavam pai e filho. A ficha criminal de cada um tem cerca de 20 anotações por estelionato, organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. Apesar do histórico, eles nunca haviam sido presos. Uma das empresas que fechou as portas, em setembro de 2021, tinha como sócia-administradora uma idosa, de 80 anos, acometida por um quadro de demência grave. Ela é tia de outro envolvido no esquema criminoso, que tirou proveito do estado de saúde da mulher para usá-la como laranja.
"Para iludir as vítimas, eles apresentavam todas as formalidades de uma empresa normal, constituida: contrato, escritório, uma sede constituída, bonita, bem organizada. Mas, no fundo, era uma empresa no nome de terceiros, no nome de laranjas, que a finalidade era aplicarem golpes", afirmou o delegado Luiz Henrique Marques, titular da 76ª DP, em entrevista ao RJ1 da TV Globo. "Qualquer um pode cair num golpe como esse que eles praticam. Esse lucro que as empresas golpistas oferecem, 10%, 15%, 20%, é impraticável no mercado financeiro. No fundo, é um golpe. Na suspeita, procure uma delegacia de polícia, noticie o fato àautoridade, à polícia", completou.
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