Publicado 07/03/2022 15:03
Rio - Uma empresária e influenciadora digital usou suas redes sociais para denunciar ter sido vítima de racismo em uma padaria em Ipanema, na Zona Sul, nesta segunda-feira (7). Sarah Fonseca, de 28 anos, conta que tomava café com o namorado e os pais dele, que são brancos, quando um segurança a tentou impedir de se aproximar da mesa por achar que ela estava pedindo dinheiro.
"Acabei de sofrer racismo por esse cara aqui em Ipanema. Meu namorado tava sentado ali com os pais, fui conversar com eles e ele me mandou sair. Achou que eu ia pedir dinheiro. Vergonha! Eu só cheguei perto do meu namorado para falar com ele e ele mandou eu sair. Vergonha!", disse a influenciadora.
O vídeo foi gravado na porta da padaria Baked, na Rua Visconde de Piraja, 183. O funcionário que Sarah acusa de ter cometido injúria racial trabalharia como segurança do estabelecimento. No registro, feito em vídeo nos stories do Instagram da empresária, o segurança tenta minimizar a atitude. A empresária chega a ser acudida pelo namorado ao fim das imagens.
Cerca de uma hora após o ocorrido, a padaria Baked divulgou uma nota de repúdio dizendo que ficou ciente do episódio de discriminação envolvendo o prestador de serviços e a cliente. "Acreditamos que essa situação é extremamente grave, e estamos completamente indignados. Gostaríamos de esclarecer que o segurança em questão não é um funcionário contratado da Baked, e sim um prestador de serviços para a rua, e de maneira nenhuma ele nos representa", compartilhou a padaria.
O estabelecimento disse ainda que já entrou em contato com a associação de lojistas informando o ocorrido, para que sejam tomadas medidas necessárias com relação à conduta do segurança. "Acima de tudo gostaríamos de prestar todo nosso apoio a Sara, e já entramos em contato com a mesma para que possamos auxiliar em quaisquer medidas que sejam necessárias", postou.
"Lamentamos muito que um ato como esse possa ter acontecido, principalmente em nossa loja, e reiteramos que tal postura é totalmente contrária aos valores da empresa", finalizou.
O estabelecimento disse ainda que já entrou em contato com a associação de lojistas informando o ocorrido, para que sejam tomadas medidas necessárias com relação à conduta do segurança. "Acima de tudo gostaríamos de prestar todo nosso apoio a Sara, e já entramos em contato com a mesma para que possamos auxiliar em quaisquer medidas que sejam necessárias", postou.
"Lamentamos muito que um ato como esse possa ter acontecido, principalmente em nossa loja, e reiteramos que tal postura é totalmente contrária aos valores da empresa", finalizou.
A reportagem de O DIA procurou a empresária para saber se ela prestaria queixa na polícia sobre o ocorrido, mas não houve retorno até o momento. Nas redes sociais, Sarah agradeceu ao apoio que recebeu de seguidores. "Gente, muito obrigada pelas mensagens de apoio. De coração mesmo. Sabe quando algo acontece e a ficha não cai? Essa é a sensação. Tá tudo estranho. Mas, eu prometo que farei o certo. Por mim e por todos que passam pelo mesmo todos os dias", afirmou.
Casos recorrentes
Esse é o segundo relato de terceiro relato de racismo divulgado nos últimos cinco dias. Na sexta-feira, a cientista de computação, Nina da Hora, contou que foi seguida e impedida de olhar livros por um segurança na Livraria Travessa do Leblon.
Mais cedo, também na sexta-feira, o filho do humorista Mussum, Igor Palhano, 30, registrou ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio. O dentista denunciou que foi impedido de sair do estacionamento de um shopping em Jacarepaguá com sua moto na noite de quarta-feira. Os seguranças só estabelecimento pediram documentos de habilitação e da moto para liberá-lo.
"Eu mostrei documento e habilitação, mesmo não devendo mostrar. Eu me senti humilhado. Eu já estava tão acostumado (com situações de racismo) que tentava levar: 'isso acontece, é da nossa sociedade'. Mas, dessa vez, me privaram de sair. Estou humilhado, impotente. Mesmo tendo vários amigos, uma família que me apoia, passei por isso", afirmou.
Igor não tem dúvida de que foi privado de ir embora por ser negro: "Essa medida de segurança só coube a mim. Só pode ter sido racismo. Se fosse uma pessoa branca em uma moto CBR vermelha, não teria sido abordado. Não teve nenhum relato de roubo a moto no shopping".
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