Publicado 09/03/2022 11:55 | Atualizado 09/03/2022 12:46
Rio - Nesta quarta-feira, a major PM Fabiana Pereira Ribeiro, 41 anos, que confessou ter matado o marido após sustentar por cinco dias que ele havia cometido suicídio, foi oficialmente afastada das suas funções. A publicação foi feita no boletim interno da corporação, confirmando a sua saída do Comando de Polícia Pacificadora (CPP), onde era lotada. O crime ocorreu no dia 28 de fevereiro, na Ilha do Governador.
A oficial, que já trabalhou com assistência a vítimas de violência, relatou à polícia sofrer uma rotina de torturas sexuais e psicológicas. Por conta da falta de flagrante, ela não foi presa.
Entre as provas que Fabiana quer apresentar à Justiça, de acordo com a defesa, há vídeos com humilhações e com ameaças feitas pelo marido, que seriam constantes. A reportagem conversou com dois colegas de Fabiana que apontaram extremo ciúmes do marido, desde a época em que eles era namorados, há mais de 15 anos.
Segundo esses colegas - um delegado e um oficial PM - o marido, o ex-PM Luiz Alberto Muniz do Cabo, 48, chegava a se passar por ela em aplicativos de mensagens para conversar com homens que a rodeavam em ambiente profissional. "Ele era muito cismado com traição. Nas mensagens, ele chegava a se insinuar, era algo bem constrangedor para quem conhecia a Fabiana”, afirmou um major da PM.
Já um delegado contou que chegou a ser abordado, na época em que eles eram namorados, com a mesma estratégia. Ambos não quiseram se identificar.
Natal com caveira
De acordo com a defesa, no Natal, o marido montou uma árvore macabra: com uma caveira usando boina do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) no topo e projéteis de fuzil em vez de bolas natalinas. A versão da árvore fez as crianças chorarem durante a festa e, segundo a defesa, seria para ameaçar a oficial.
A reportagem apurou que a árvore pode ser comprada pronta em uma loja de departamento, sendo comum sua venda aos admiradores da unidade especial da Polícia Militar. O próprio marido de Fabiana era um admirador do Bope e alguns afirmaram que ele chegou a servir na unidade, mas a informação foi negada pela assessoria da PM.
A defesa de Fabiana foi assumida pelo escritório Marcelo Queiroz. "A defesa está colhendo elementos para corroborar com a versão da investigada, já que se trata de atos de violência física e psicológica, em círculo familiar íntimo. Além disso, aguarda-se total acesso aos elementos colhidos na investigação para futuro posicionamento”, disse o defensor, em nota.
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