Publicado 12/03/2022 10:33 | Atualizado 12/03/2022 10:35
Rio - O Tribunal de Justiça do Distrito Federal negou um recurso da Igreja Universal do Reino de Deus contra o pedido de bloqueio de pouco mais de R$ 1 milhão nas suas contas. A medida havia sido tomada pois a entidade teria recebido mais de R$72 milhões em doações de Glaidson Acácio dos Santos, o "faraó dos bitcoins". Anos atrás, antes de ser preso em agosto de 2021, o ex-garçom atuou como pastor na Universal na Venezuela.
O bloqueio nas contas da Universal foi pedido em um processo no qual três clientes da GAS Consultoria, empresa do faraó, pedem ressarcimento do total de valores investidos e indenização por danos morais. A quantia entregue pelo trio à empresa de consultoria e que deve ser ressarcida foi de R$ 340 mil, que deve ser somada a R$ 150 mil por danos morais e a R$ 98 mil de honorários advocatício. Com os valores, o custo do processo pode chegar a mais de R$ 500 mil para o faraó.
O desembargador Leonardo Roscoe Bessa, da 6ª Turma Cível destacou que "o patrimônio e a renda da agravante (a Universal) são elevados" e que, por isso, "a indisponibilidade provisória do valor bloqueado não tem aptidão para prejudicar a manutenção de suas atividades". O juiz afirmou ainda que o montante não chegou a ser transferido para conta judicial, estando apenas impedido de ser utilizado nas contas da própria Igreja. "Assim, permanecem nas mesmas aplicações escolhidas pela igreja.
No início do mês de fevereiro, a Universal uma espécie de "pedido de consideração" relativo ao bloqueio, que acabou negado. No requerimento, a defesa da igreja destaca que nunca havia participado das ações da GAS Consultoria ou de qualquer relação jurídica contratual entre os autores da ação e a empresa.
"O corréu Glaidson está entre os milhões de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, frequentando o templo da cidade de Cabo Frio. Como todos os fiéis, é convidado a participar de cultos e atividades religiosas e sociais, além de colaborar com o sustento do templo", escreveram os advogados na ocasião. E prosseguiram: "A partir do mês de maio de 2020, a Igreja passou a verificar expressivo aumento no volume de doações recebidas no templo de Cabo Frio, materializadas por meio de transferências bancárias realizadas por Glaidson e, também, pela empresa por ele controlada".
O texto ainda reforça a ideia de que Glaidson havia deixado de frequentar os cultos no templo da cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos, poucos meses antes de ser preso, porém as doações milionárias permaneceram acontecendo até um mês antes de sua prisão. O município era sede da empresa Gas Consultoria.
A ação contra a GAS Consultoria ocorre no Distrito Federal, onde moram os três clientes que processam o ex-garçom. Eles teriam firmado diversos acordos com o grupo entre outubro de 2020 e agosto de 2021.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.