Publicado 19/03/2022 16:58
Rio - Sob forte emoção, Geisa Celeste Correa de Souza, de 48 anos, morta após ser atingida por um tiro dentro de casa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi enterrada, na tarde deste sábado (19), no Cemitério Municipal da cidade. Ao ser baleada, nesta quinta-feira(17), ao lado do filho de oito anos, ela foi socorrida para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.
"A gente conversava todos os dias sobre a violência, mas nunca imaginávamos que ia acontecer dentro da nossa casa. Ela estava animada para viajarmos juntos, nas minhas próximas férias, para a casada mãe dela em Unamar, Cabo Frio. Estou destruído", disse o marido de Geisa, Márcio Marcos de Andrade Custódio, de 49.
Parentes e amigos de Geisa choravam muito durante o enterro. Em homenagem, familiares mais próximos vestiam uma camiseta com a foto de Geisa. A mãe dela, Alzira Correa, de 90 anos, e os quatro filhos também estiveram presentes no sepultamento. De acordo com Custódio, a mulher era aposentada por problemas cardíacos e costumava visitar uma igreja evangélica. No dia em que Geisa foi atingida pela bala perdida, Custódio lembra que falava com ela por mensagem de áudio quando ouviu um tiro e, em seguida, o grito da esposa.
"Ontem (sexta-feira 18), os policiais estiveram na minha casa. Eles filmaram, tiraram fotos e levaram a televisão onde o projétil do tiro que fez tudo isso ficou preso", contou o marido de Geisa. Segundo testemunhas, no momento em que foi atingida, havia um confronto entre policiais e bandidos, no Bom Pastor, em Belford Roxo.
Filho da vítima, Leonardo Marques Correa, contou que toda família está muito abalada com a morte de Geisa: "Minha mãe era uma pessoa muito educada, super gente boa, uma pessoa sem palavras. Se tivesse que ajudar ela ajudava, se ela chegasse todo mundo ria, ela brincava, era extrovertida. Tiraram a vida dela nessa tragédia urbana".
Durante o velório da vítima, a despedida foi marcada com orações e cânticos evangélicos. No momento do sepultamento, familiares jogaram pétalas de rosas sobre o caixão.
"Ela era uma boa pessoa, brincalhona, divertida. Não há ninguém que não gostasse da Geisa. Ninguém acreditou na notícia da morte dela. Ficou todo mundo apavorado", disse Telma Regina Correa, de 69, irmã de Geisa. De acordo com a Polícia Civil, a investigação sobre o caso está a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
"Diligências estão em andamento para apurar a autoria do disparo que atingiu a vítima", diz nota da Polícia Ciivil. Este ano, o Instituto Fogo Cruzado mapeou 20 pessoas atingidas por balas perdidas na Região Metropolitana do Rio: cinco morreram.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.