Clínica da Família em Realengo, incendiada após queda de raio, na noite de ontem (20). Fabio Costa
Publicado 21/03/2022 12:14
Rio - No dia seguinte ao incêndio que atingiu a Clínica da Família Armando Palhares Aguinaga, em Realengo, Zona Oeste do Rio, funcionários da Secretaria de Saúde separavam materiais dos escombros nesta manhã e uma tenda foi montada para orientar a população. Os pacientes da unidade acompanharam com tristeza a destruição da unidade pelas chamas. 
Uma van foi deslocada para transportar, nesta segunda-feira, os pacientes com atendimentos marcados para a Policlínica Manoel Guilherme da Silveira, conhecida como Pam Bangu. A Secretaria Municipal de Saúde informou que os funcionários da Armando Palhares também serão transferidos para o posto do bairro vizinho.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou na manhã desta segunda-feira (21) que 35% da clínica foi totalmente danificada. No domingo, o prefeito Eduardo Paes disse em suas redes sociais que a unidade havia sido totalmente destruída. "A clínica da Família do bairro pegou fogo e foi totalmente destruída", lamentou. 
A estimativa do secretário Municipal de Saúde é de que a clínica volte a receber pacientes em 60 dias e esteja totalmente recuperada em quatro meses. A Armando Palhares Aguinaga tem uma média de 530 atendimentos realizados por dia. Ao todo, são 18 mil usuários cadastrados.
A 33ª DP (Realengo) instaurou um inquérito para apurar a causa do incêndio. As investigações estão em andamento. No domingo, o prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou que há suspeitas de que um raio teria caído na unidade, causando um curto de eletricidade. O delegado Flávio Rodrigues informou nesta segunda-feira que uma perícia será realizada no local e que depoimentos de testemunhas serão colhidos.
A dona de casa Valéria Cristina de Souza, 52, conta que a família é atendida na unidade. A aplicação de vacina, consulta clínica e de dentista são os serviços mais utilizados por ela e pelo filho adolescente. O marido é encaminhado pela unidade para uma cirurgia de catarata. "Somos todos da clínica. Lá é muito organizado. Os agentes de saúde estão sempre ligando para saber como estamos e quando tem que marcar consulta. É uma clínica ótima", elogia.
Valéria ficou assustada no domingo com a quantidade de fumaça que entrou em sua casa, em uma rua paralela à Avenida Santa Cruz, onde fica a clínica. Ela ligou para os bombeiros e conta a reação da família quando soube que o incidente era na clínica. "Eu fiquei muito triste porque o povo todo usa. Partiu o coração da gente. A rua estava toda tomada de fumaça", relata.
A cabeleireira Sandra Fernandes, 68, controla a diabetes na unidade. Ela precisa de receita para comprar remédio do tratamento. Na manhã desta segunda-feira mesmo sem o papel, profissionais a atenderam no local e Sandra não precisou pegar a van para resolver o problema em Bangu. 
"Resolvi os problemas. As meninas estão se dedicando muito. Montaram umas tendas, fotografaram a minha receita antiga e consegui resolver", diz. Para Sandra, a unidade deveria receber mais médicos. "A clínica, para o tanto de gente que atende, é boa. Ainda é um pouco precária. Espero que com a recuperação, tenha remédio e que tenha médicos", cobra.
O incêndio de grandes proporções atingiu a Clínica da Família Armando Palhares Aguinaga, em Realengo, por volta das 17h de domingo. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 17h18 para a ocorrência. Não houve vítimas. Havia apenas uma funcionária na unidade no momento do incêndio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os militares conseguiram controlar as chamas às 20h29.
Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver que as chamas tomaram a unidade de saúde. Em um vídeo, é possível ouvir diversas explosões dentro da clínica e ver a grande quantidade de fumaça saindo pelo telhado do local. O prefeito Eduardo Paes (PSD) foi ao local e afirmou que a partir desta segunda-feira, a prefeitura começaria a reconstruir a clínica.
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