Publicado 24/03/2022 20:47 | Atualizado 24/03/2022 21:57
Rio - O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) não aceitou conceder o reajuste salarial relativo aos anos de 2021 e 2022 aos rodoviários da cidade do Rio. O julgamento, iniciado às 14h desta quinta-feira, terminou com quatro votos contrários e três a favor do reajuste. Diante da negativa, o Sindicato dos Rodoviários convocou para a próxima segunda-feira (28), às 20h, na sede do sindicato, na Estrada do Otaviano, em Rocha Miranda, uma assembleia geral para definir uma paralisação, que pode ter início nas primeiras horas de terça-feira (29).
O órgão também enviou no início da noite uma notificação de greve à prefeitura do Rio e ao Rio Ônibus. No documento, o sindicato cita como principal motivação a decisão do TRT. "Considerando as decisões do Tribunal do Trabalho que a despeito de ter suspendido a greve anteriormente deflagrada, não apreciou as reivindicações dos trabalhadores em razão do radicalismo patronal em não concordar com a ação de dissídio coletivo proposto pelo sindicato com o objetivo de solucionar o conflito e impedir novas greves".
Segundo Sebastião José, presidente do sindicato, o resultado expõe a falta de interesse no bem estar da categoria e dos passageiros. "Estamos sem nenhum tipo de reajuste, seja de salário, tickets ou cesta básica há mais de três anos, e durante todos esse tempo enfrentamos os empresários por melhorias, mas a falta de sensibilidade por parte deles falou mais alto. Com isso, quem acaba pagando a conta são os usuários e a categoria", diz.
Antes do início do julgamento, a direção do sindicato revelou preocupação com o resultado do julgamento, já que é grande a insatisfação da categoria. "A Fetranspor fala em retirar os ônibus das ruas devido ao preço do diesel, mas vale lembrar que sem motorista os ônibus também não circulam. Infelizmente com a desorganização e falta de diálogo dos empresários, quem acaba pagando a conta são os usuários e a categoria", afirma Sebastião.
Em nota, o TRT afirma que a decisão foi tomada a favor da Fetranspor, que ainda fez o requerimento da abusividade da greve ajuízada pelo sindicato. "Por maioria, a Sedic seguiu o entendimento do relator, desembargador Rildo Albuquerque Mousinho de Brito, que votou pela perda de objeto, pois a greve, originariamente marcada para 29 de novembro de 2021, não ocorreu devido a tutela de urgência deferida pelo desembargador do TRT/RJ Alvaro Luiz Carvalho Moreira, em 28/11", explica..
Procurada, a Prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Transporte ainda não comentaram sobre possível paralisação.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.