Publicado 25/03/2022 20:42
Rio - O reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), professor Ricardo Lodi Ribeiro, assinou, na última quinta-feira (24), o ato oficial que instituiu a criação da Universidade do Mar (Unimar). O Programa de Extensão Universidade do Mar visa desenvolver ações que priorizem o ensino, pesquisa e inovação na promoção do desenvolvimento sustentável na região da Baía de Guanabara e adjacências. O projeto marca a Década do Oceano, instituída no final de 2017 pela Organização das Nações Unidas (ONU), que chama atenção para a consciencialização sobre o desenvolvimento sustentável.
A Unimar é fruto de uma parceria firmada em 2018 entre a Faculdade de Oceanografia da Universidade da Uerj (FAOC/UER), a Morena - Associação de Moradores da Ilha de Paquetá e o Movimento Baía Viva. Segundo a Uerj, a iniciativa “atualmente conta com o apoio institucional de cerca de 70 instituições acadêmicas públicas, como as reitorias da UFRJ, Unirio, Uezo, PUC-Rio, UFRRJ e da UFF, além da Fiocruz e da Comissão Interministerial dos Recursos do Mar (Cirm) e da própria Uerj”.
A universidade explica que, em maio de 2021, foi realizada uma visita técnica na Ilha de Brocoió situada no Arquipélago de Paquetá, na Baía de Guanabara, onde prevê a implantação de um Campus avançado da Unimar e o espaço foi escolhido para a implantação do projeto de extensão. ”Por ser um dos locais mais preservados do ecossistema da Baía e abrange a Zona de Amortecimento da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e a Estação Ecológica (Esec) da Guanabara, com extensão de cerca de 80 km2 de manguezais em elevado grau de conservação Ambiental e que apresenta rica biodiversidade marinha e avifauna: os limites destas Unidades de Conservação da Natureza (UCs) compreende os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo”, descreve a instituição.
Estiveram no local e participaram da avaliação para a criação da Unimar representantes da Secretaria de Estado da Casa Civil (SECC), que é a gestora de Brocoió; Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade (SEAS); Instituto Estadual do Ambiente (Inea); Departamento de Ensino e Navegação da Marinha do Brasil e do Instituto Chico Mendes (ICMbio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, que gerência as unidades de conservação da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara; dos proponentes do projeto (Uerj, Baía Viva e Morena) e da CONFREM (entidade nacional representativa de pescadores artesanais e de populações tradicionais), de acordo com nota da Uerj.
Segundo nota da universidade, o trecho do Leste metropolitano entre a APA de Guapimirim e a Esec da Guanabara e o Arquipélago de Paquetá, no território da cidade do Rio, “atualmente é o abrigo e refúgio dos botos cinza (Sotalia guianensis), espécie símbolo ecológico do Rio de Janeiro que encontra-se ameaçada de extinção. No final da década de 1980 e início dos anos 1990, existiam cerca de 800 botos cinza nas águas da Baía de Guanabara e hoje, infelizmente, são apenas 34 botos, Segundo dados do projeto Mamíferos Aquáticos (Maqua) coordenado pela Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Faoc/Uerj)”, afirma a nota.
Década do Oceano
No final de 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que entre os anos de 2021 a 2030 seria realizada a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Década do Oceano.
A iniciativa tem como objetivo despertar a conscientização da população global sobre a importância dos oceanos e mobilizar atores públicos, privados e da sociedade civil organizada em ações que favoreçam a saúde e a sustentabilidade dos mares.
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