Publicado 30/03/2022 11:06
Rio - Após três dias desde o início da greve dos garis, bairros da cidade do Rio sofrem com o lixo acumulado nas calçadas. Os pontos mais atingidos pela falta da coleta são as regiões de Campo Grande, Vila Isabel, Méier e Ilha do Governador. O DIA percorreu as ruas Justiniano da Rocha, em Vila Isabel, e 24 de Maio, no Méier, e flagrou grande quantidade de embalagens descartadas e sacos de lixo espalhados pelas calçadas, obstruindo a passagem de pedestres e provocando mau cheiro nas vias.
Nesta quarta-feira, o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro (Siemaco/RJ) deve participar de uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), às 15h.
Durante a audiência, o sindicato dos garis também promove uma grande concentração em frente ao TRT. O ato irá resultar em uma assembleia, após o julgamento. "Não deixe os outros decidirem por você", dizia o cartaz de convocação.
Na noite desta terça-feira, grupos de homens com os rostos cobertos foram filmados espalhando lixo acumulado na Zona Sul, principalmente nas ruas Siqueira Campos e Figueiredo Magalhães, em Copacabana. Nas imagens, uma Kombi parece transportando os suspeitos. Alguns indivíduos chegaram a ameaçar garis que trabalhavam.
A Polícia Militar teve que intervir na situação e realizar a escolta de caminhões da Comlurb, para impedir que trabalhadores fossem ameaçados ou agredidos pelo grupo. Segundo a corporação, os funcionários procuraram o 19º BPM (Copacabana) comunicando que estariam sendo ameaçados por homens não identificados para que não seguissem trabalhando. Os agressores não foram encontrados.
O prefeito Eduardo Paes compartilhou as imagens que mostraram a ação do grupo em suas redes sociais e os chamou de 'marginais' e 'delinquentes'. "Os garis de verdade vão trabalhando pela cidade e os marginais contratados por políticos vão sujando", afirmou o prefeito.
Além disso, Paes também confirmou que compreende as necessidades dos garis e que vai se organizar para melhorar cada vez mais as condições de trabalho e remuneração dos funcionários. "A luta dos trabalhadores da Comlurb por melhores salários é justa e eles sabem que sempre que a prefeitura teve condições, nenhum prefeito melhorou o salário deles como eu. No entanto, estamos organizando nossas finanças e não podemos agir de forma irresponsável", explicou.
Nesta última segunda-feira, os garis resolveram manter a greve após não terem suas exigências atendidas durante a última audiência de conciliação, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho, com a presença da direção da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Com isso, está mantida apenas a limpeza dos hospitais, escolas e feiras livres.
De acordo com o secretário geral do Siemaco/RJ, Antonio Carlos da Silva, durante a audiência, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) ofereceu 5% de reajuste salarial (a proposta anterior era de 4%), sendo outra parte dada no mês de novembro. O sindicato, porém, pede pelo menos 19% referente a perdas salariais dos últimos três anos.
A segunda audiência de conciliação havia sido marcada para a quinta-feira (31), mas devido aos transtornos causados na cidade pela paralisação da categoria, foi antecipada para esta quarta.
Em nota, a Comlurb informou que a Justiça do Trabalho, atendendo a uma petição do órgão, determinou no início da noite de terça-feira (29) o pagamento no valor de R$ 400.000,00 pelo Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município referente a dois dias de multa por deflagrar uma greve ilegal dos garis.
"O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou gravíssimo o descumprimento da determinação de manter 100% do contingente da categoria trabalhando por tempo indeterminado, e deu prazo de 48 horas para o pagamento da multa sob pena de execução", continuou a nota.
A Comlurb reafirmou que está com um plano de contingência em andamento para evitar prejuízos à população do Rio e que atrasos pontuais são inerentes à condição de greve, está sendo contornada pelas equipes operacionais. "Vale lembrar que qualquer ação que impeça os garis de trabalhar pode configurar crime contra a organização do trabalho", finalizou a empresa.
A Comlurb reafirmou que está com um plano de contingência em andamento para evitar prejuízos à população do Rio e que atrasos pontuais são inerentes à condição de greve, está sendo contornada pelas equipes operacionais. "Vale lembrar que qualquer ação que impeça os garis de trabalhar pode configurar crime contra a organização do trabalho", finalizou a empresa.
Estagiaria sob supervisão de Raphael Perucci*
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