Publicado 05/04/2022 08:46
Rio - A Polícia Federal (PF) prendeu o sócio de Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos bitcoins", na noite de segunda-feira (4). Tunay Pereira Lima é suspeito de participar do esquema conhecido como pirâmide financeira que movimentou ao menos R$ 38 bilhões prometendo retornos financeiros no mercado de criptomoeda. Na casa de Tunay, na Barra, os agentes encontraram em agosto de 2021 o maior montante de dinheiro da operação Kryptos, R$ 14 milhões em espécie, além de quantias em moedas estrangeiras.
Tunay Pereira Lima foi preso em casa, admitido no sistema prisional e segue no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio. Apontado como sócio e operador de Glaidson no esquema da G.A.S. Consultoria Bitcoin, ele já havia sido detido quando a operação foi deflagrada, no ano passado, mas havia conseguido progredir para o regime de prisão domiciliar, concedida em janeiro pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins.
Durante a deflagração da operação Kryptos, a Polícia Federal realizou apreensão de R$ 14,39 milhões de reais,pelo menos 193 mil euros, pelo menos 16,5 mil dólares em espécie em sua casa, além de diversas quantias em outras moedas. A denúncia contra Tunay descreve que ao iniciar as buscas no segundo nível do imóvel situado no Condomínio Del Lago, na Barra da Tijuca, a Polícia Federal se deparou com duas portas comfechaduras biométricas.
Afuncionária da casa informou que assalas eram inacessíveis e que não teria a senha. As portas foram arrombadas e foram encontrados milhões em cédulas nacionais e estrangeiras. Detalhe importante é que parte do dinheiro estava em invólucrosde papel com nomes de consultores dos investigados, fato que configura indício de queos valores colhidos pelos consultores não eram, de fato, investidos em criptomoedas.
A peça acusatória relata que Tunay Lima possuía, em novembro de 2020, a maior carteira decaptação de clientes do grupo GAS, com 13.589, tendo movimentado, aquele mês, ao menosR$ 1 bilhão. Em fevereiro de 2021, esses valores já haviam ultrapassado a marca de 1,3 bilhõesde reais, segundo os investigadores.
O relator do caso no STJ, Jesuino Rissato, no entanto, revogou o benefício no último dia 28, o que permitiu a prisão nesta segunda-feira (4). O magistrado considerou que a G.A.S Consultoria causou "enorme abalo à ordem pública e intranquilidade social". O ministro cita em sua decisão as malas de dinheiro encontradas na casa de Tunay na deflagração da operação.
A G.A.S Consultoria Bitcoin, de Cabo Frio, na Região dos Lagos, prometia 10% de retorno do dinheiro investido por meio de investimento em criptomoedas. Mas, segundo os investigadores, os lucros eram pagos com os recursos que entravam com a captação de novos clientes.
Segundo consta da acusação, Tunay atuava como importante sócio e operador do esquema criminoso, tendo protagonizado transações financeiras volumosas com a G.A.S Consultoria & Tecnologia LTDA, enviando e recebendo grandes somas de valores.
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