Publicado 05/04/2022 14:37
Rio - Com faixas e palavras de ordem, um grupo com mais de 100 garis realizou, desde o fim da manhã desta terça-feira, uma passeata do Centro até a Zona Sul da cidade em protesto por melhores condições de salário. "Respeitem os Garis!", "Não tem arrego", eram alguns dos gritos entoados pelos profissionais da Comlurb, que buscam um acordo com a companhia e a Prefeitura do Rio por aumento de salários e benefícios.
Os garis se concentraram em frente a estação Central do Brasil, na Avenida Presidente Vargas, no Centro, e saíram juntos, usando o metrô, em direção à Zona Sul. Cerca de duzentos profissionais desembarcaram na Estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana, e seguiram para a orla. A mobilização maior ocorreu em frente ao Copacabana Pallace, na Avenida Atlântica, que teve seu fluxo parcialmente bloqueado, no sentido Ipanema. A passeata foi acompanhada de perto pela PM.
A maioria dos profissionais usava uniforme de trabalho no ato. Grupos também levavam faixas com pedidos por melhores condições de salários e por respeito aos garis. Dois manifestantes posicionados à frente do ato usavam correntes presas aos braços. O ato terminou sem incidentes.
Os profissionais da limpeza urbana estão há duas semanas paralisados. A greve só foi interrompida na última semana, devido às fortes chuvas que caíram na cidade, mas foram retomadas na madrugada desta terça-feira. Segundo os sindicatos, a situação da coleta não será estabelecida enquanto um acordo de aumento de salários não for firmado entre o sindicato da classe e a Comlurb.
Proposta feita
Luitte Ornellas, presidente do Círculo Laranja, uma associação de garis, trabalhadores da Comlurb estiveram na manhã desta segunda-feira (4), em frente ao sindicato da categoria, na Tijuca, para apresentar uma nova proposta. Eles pediram reajuste de 15% nos salários e tíquetes de alimentação, além do abano das faltas dos grevistas.
Na última rodada de negociações, durante audiência de conciliação no Tribunal do Trabalho, a proposta previa reajuste salarial de 6% em março, 2% em agosto e cerca de 2% em novembro, além de reajuste de 3% no tíquete alimentação. Também está proposta, a compensação de três dias de greve, sem desconto.
Na última rodada de negociações, durante audiência de conciliação no Tribunal do Trabalho, a proposta previa reajuste salarial de 6% em março, 2% em agosto e cerca de 2% em novembro, além de reajuste de 3% no tíquete alimentação. Também está proposta, a compensação de três dias de greve, sem desconto.
Sem negociação
Em nota enviada ao DIA, a Comlurb disse que sem paralisação da greve não haverá negociação e que aguardará decisão final da Justiça sobre o caso. "Diante da intransigência dos grevistas, que insistem nos piquetes agressivos e nos danos aos caminhões de coleta, a Comlurb agora aguarda a decisão final da Justiça. (...) A categoria continua descumprindo as decisões da Justiça, que reiteradamente considerou a greve ilegal".
A companhia dafirmou ainda que sempre se mostrou disponível a negociar com a categoria, tendo inclusive aumentado sua proposta inicial e aceitando os termos apresentados pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e Ministério Público do Trabalho (MPT). "A Companhia esclarece que, a exemplo da Administração Pública em todo país, foi impedida de conceder qualquer reajuste nos anos de 2020 e de 2021, em obediência a Lei Complementar Federal 173/2020, que direcionava recursos para o enfrentamento da Covid-19", justificou.
A empresa também alegou que mesmo com a trégua decretada na última semana, foram registrados casos de sabotagem aos caminhões e ameaças aos garis que tentavam trabalhar. De acordo com a Comlurb, apenas nas últimas 12 horas, sete caminhões foram sabotados, com os cabos de compactação cortados. "Há relatos ainda de ameaças contra os trabalhadores por pessoas armadas", disse a companhia.
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