Publicado 06/04/2022 17:17 | Atualizado 06/04/2022 17:19
Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alertou a população, nesta quarta-feira (6), para o aumento de casos de leptospirose em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado nos últimos dois meses. O alerta objetiva evitar casos graves e óbitos provocados pela doença, que tem sua incidência aumentada após alagamentos.
Segundo a SES, somente a cidade de Petrópolis, devastada após as fortes chuvas em fevereiro, registrou 99 prováveis casos da doença de janeiro a março. No mesmo período do ano passado, foram apenas 3 notificações.
A pasta já se prepara para possíveis notificações nas cidades atingidas pelas fortes chuvas desde o último fim de semana, como Angra dos Reis, onde 11 pessoas morreram, além de Paraty, na Região Litorânea, Mesquita e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que também registraram alto índice de alagamentos.
Segundo a SES, somente a cidade de Petrópolis, devastada após as fortes chuvas em fevereiro, registrou 99 prováveis casos da doença de janeiro a março. No mesmo período do ano passado, foram apenas 3 notificações.
A pasta já se prepara para possíveis notificações nas cidades atingidas pelas fortes chuvas desde o último fim de semana, como Angra dos Reis, onde 11 pessoas morreram, além de Paraty, na Região Litorânea, Mesquita e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que também registraram alto índice de alagamentos.
O secretário estadual de saúde, Alexandre Chieppe, fez um alerta em um vídeo divulgado pela secretaria.
"Estamos fazendo um alerta aos moradores de áreas atingidas pelas enchentes por conta do risco elevado de leptospirose. É uma doença transmitida pela urina do rato, que eventualmente se dilui na água ou na lama que a gente tem contato após essas enchentes", afirmou Chieppe.
Veja o vídeo na integra:
"Estamos fazendo um alerta aos moradores de áreas atingidas pelas enchentes por conta do risco elevado de leptospirose. É uma doença transmitida pela urina do rato, que eventualmente se dilui na água ou na lama que a gente tem contato após essas enchentes", afirmou Chieppe.
Veja o vídeo na integra:
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), órgão da esfera federal que investiga e notifica casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória, entre 2012 a 2021 foram registradas 234 casos prováveis de leptospirose por ano no estado. Em 2011, com a ocorrência de chuvas fortes e enchentes no estado do Rio de Janeiro, foram notificados 704 casos prováveis da doença, com 35 óbitos por esse agravo.
Casos na cidade do Rio
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS), o diagnóstico da doença na capital é feito pela Atenção Primária e que os casos mais graves são atendidos pela rede de urgência e emergência.
Dados fornecidos pela SMS, informam que em 2021 foram notificados 25 casos e 3 óbitos, em 2022, 13 notificados e, até então, nenhum óbito.
A SMS reforça que "além da atuação permanente no grupo de enfrentamento de desastres naturais, mantêm ações integradas com a Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) para controle de roedores, mapeamento da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental de áreas de inundação, ações de educação em saúde e mobilização social nos territórios, realizada pelos Agentes de Vigilância em Saúde (qualificação da rede de atenção à saúde para diagnóstico e tratamento precoces)".
Sobre a bactéria da leptospirose
Fernando Ferry, médico infectologista e professor titular de clínica médica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), explica que, "a leptospirose é uma doença causada pela bactéria Leptospira, originada na urina de alguns animais, principalmente roedores, como hospedeiros. Que transmitem a doença para os seres humanos pela exposição direta ou indireta à urina desses animais. Essa bactéria, invade o organismo através de pequenas feridas na pele, nas mucosas ou em membros que ficam imersos em água contaminada. O contato com áreas alagadas por enchentes representa perigo e alerta para o contato com a bactéria da leptospirose", diz Ferry.
O médico explica também que a fase precoce da infecção "dura aproximadamente de 3 a 7 dias e, geralmente, caracteriza-se por febre repentina, acompanhada de dor de cabeça, dor muscular, anorexia, náuseas e vômitos, o que dificulta o diagnóstico diferencial de outras doenças febris agudas como dengue, por exemplo. Na fase tardia da doença, o paciente poderá apresentar icterícia (a cor da pele fica amarelada), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar".
Cuidados preventivos com a leptospirose
A SES reforça quais os cuidados que a população deve tomar para evitar o contato com a bactéria que transmite a leptospirose:
*Evite o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos. Impeça que crianças nadem ou brinquem nesses locais, que podem estar contaminados pela urina dos ratos.
*Após a água baixar, para retirar a lama e desinfetar o local, proteja-se com botas e luvas de borracha, evitando assim o contato da pele com água e lama contaminadas. Sacos plásticos duplos também podem ser amarrados nas mãos e nos pés.
*Para desinfectar a área atingida pela lama ou água da enchente, lave pisos, paredes e bancadas com água sanitária, na proporção de 2 xícaras de chá (400ml) desse produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos.
*Tenha cuidado com os alimentos que tiveram contato com água de enchente. Alguns devem ser jogados fora, outros precisam de tratamento especial nestas situações.
*Mantenha os terrenos baldios e as margens de córregos limpos e capinados. Evite entulhos e acúmulo de objetos nos quintais e nas telhas.
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