Publicado 07/04/2022 09:55 | Atualizado 07/04/2022 10:19
Rio - Durante a operação de busca e apreensão na casa do vereador Gabriel Monteiro (sem partido) realizada na manhã desta quinta-feira, além de equipamentos eletrônicos a polícia apreendeu armas, incluindo uma escopeta, que estava na posse de seguranças do parlamentar.
"Há registros (de armas) que o vereador possui. Nós apreendemos para checar esses registros; vamos avançar nas investigações e saber se as armas estavam em situação regular. Aparentemente, eles possuem propriedade, mas temos que checar", afirmou o titular da 42ªDP (Recreio dos Bandeirantes), Luiz Maurício Armond.
Gabriel Monteiro é alvo de investigação após a divulgação, em redes sociais, de um vídeo íntimo do parlamentar com uma menor de 15 anos. A filmagem, feita pelo próprio vereador, foi veiculada após denúncias de estupro por parte de pelo menos quatro mulheres contra Monteiro. O vereador afirma que não sabia que a jovem era menor de idade, o que foi desmentindo por assessores, em depoimento. Filmar cenas de sexo com menores é crime.
Após ter material eletrônico apreendido, Monteiro foi até a delegacia, com seu advogado, para prestar esclarecimentos.
Armas e segurança
O fato de Monteiro usar a segurança para fins particulares e batidas policiais já foi denunciada em diversas matérias, mas a Câmara nunca aceitou as denúncias no Conselho de Ética.
Antes mesmo de ser eleito, a reportagem do O DIA denunciou que, ainda enquanto militar, ele realizou um registro na delegacia afirmando que passara a ser ameaçado de morte por contraventores.
A ameaça teria ocorrido após Monteiro, que também é Youtuber, ter mostrado um ponto de máquinas caça-níqueis. Apesar da investigação nunca ter confirmado a veracidade da ameaça, a Polícia Militar proveu a segurança do agente, com base em uma normativa da corporação. Ela visa garantir a integridade física do policial e de seus familiares, próximo a sua residência.
Mas, Monteiro passou a realizar campanha com a sua escolta. Na ocasião, a PM instaurou um procedimento investigatório para apurar a conduta dos agentes -- alguns usavam blusa em alusão ao personagem Justiceiro, da Marvel, além de distintivos não regulamentares. Quando foi eleito, o inquérito militar foi extinto, sem prover solução.
Já como vereador, O DIA denunciou que ele usou a escolta para realizar uma ação policial em Copacabana, onde agrediu um motorista de frete. Na ocasião, a Justiça retirou a escolta da PM e disse que caberia à Câmara prover sua segurança.
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