Publicado 07/04/2022 18:46
Rio - Chegou ao fim nesta quinta-feira (7) a greve dos garis que já se prolongava por 11 dias. Com a categoria desgastada, o desfecho não foi o esperado pelos trabalhadores. Logo depois da audiência no Tribunal Regional do Trabalho, o sindicato da categoria havia proposto uma nova assembleia para esta sexta-feira (8). No entanto, cerca de 500 trabalhadores, que aguardavam com protesto o resultado da conciliação, decidiram votar pelo fim da paralisação.
De acordo com Antonio Carlos Silva, secretário geral do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco), a proposta pedida pelos trabalhadores de 15% no reajuste dos salários e tíquetes de alimentação não foi aceita. Pelo novo acordo, seria mantido o reajuste salarial de 6% em março, 2% em agosto e o restante em novembro, conforme o aumento dos demais servidores. O tíquete alimentação, porém, teria aumento de 6% (anteriormente o valor acordado era de 3%).
"A greve já estava muito extensa e a sua ilegalidade seria julgada na semana que vem. Ia ser muito oneroso para os garis. Dos 11 dias de greve, cinco serão compensados pelos trabalhadores. Mas, a greve terminou com a categoria ainda esperando que os outros seis dias de paralisação não sejam cobrados dos garis", explicou Silva, informando que o sindicato ainda tentará negociar os dias descontados com a prefeitura.
Para Roberta Martins, membro do Círculo Laranja, apesar do desgaste, a categoria saiu vitoriosa: "Não houve avanços, mas somos vitoriosos porque mostramos para a cidade como somos valiosos e essenciais. Infelizmente, o sindicato não representou a categoria", avaliou.
Por meio de nota, a Comlurb informou que novamente avançou na proposta apresentada aos funcionários durante audiência de conciliação na Justiça do Trabalho, nesta quinta-feira (7), e aguarda a decisão em nova assembleia extraordinária do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município.
"A Companhia reafirmou o compromisso de pagar 6% de reajuste salarial à categoria, retroativo a março, mais 2% em agosto e um terceiro percentual de aumento a ser aferido após a negociação dos demais servidores municipais, no segundo semestre. Além disso, a Comlurb elevou o aumento do vale refeição ou alimentação para 6% e aceitou compensar cinco dos 11 dias de paralisação. Além disso, estão garantidos: até dois salários extras a título de Acordo de Resultados aos funcionários; conclusão do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS); e 20% de insalubridade para Agentes de Preparo de Alimentos (APAs). A data-base da Comlurb passa a ser em novembro, junto com todo o funcionalismo municipal. A pedido do Sindicato, a Comlurb aceitou que o desconto das faltas seja parcelado", disse a nota da companhia.
A Comlurb disse ainda que, enquanto aguarda a volta dos trabalhadores, mantém seu plano de contingência para atendimento dos serviços essenciais da cidade, como limpeza de feiras livres, escolas e hospitais, e a coleta domiciliar, que ainda sofre atrasos pontuais, principalmente por causa de atos criminosos cometidos por alguns grevistas, como sabotagem de caminhões e ameaças a empregados que desejavam trabalhar.
"Mesmo com as dificuldades enfrentadas por conta de atos criminosos e graças ao apoio da contingência, a coleta domiciliar consegue cumprir todos os roteiros durante a paralisação - reiteradamente declarada ilegal pela Justiça -, sobretudo pelo comprometimento dos profissionais que entendem a importância de manter o atendimento à população. O plano de contingência envolve a mudança no ponto de saída dos caminhões e dos garis, a otimização dos roteiros de coleta, o uso de escolta para proteger os trabalhadores e o patrimônio público com o apoio da Guarda Municipal (GM) e Polícia Militar (PM), e a contratação de mão de obra temporária terceirizada", diz trecho da nota.
A Companhia pede também para que os moradores deixem para se desfazer de entulhos e bens inservíveis somente quando o serviço de remoção gratuita via 1746 voltar a funcionar normalmente. Lembrando que a Companhia está priorizando os serviços essenciais neste período.
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