Publicado 12/04/2022 15:54 | Atualizado 28/04/2022 17:51
Rio - O vereador e ex-PM Gabriel Monteiro (PL) chegou à 29ª DP (Madureira) nesta tarde junto com seu advogado Sandro Figueiredo, para prestar depoimento à polícia sobre um inquérito que apura suspeita de fraude processual no episódio em que ele afirmou ter sido atacado a tiros por criminosos junto com sua equipe, em Quintino, na Zona Norte do Rio, em agosto do ano passado. Na porta da delegacia, Gabriel disse que falaria com a imprensa assim que acabasse de depor.
Na ocasião, seus ex-assessores teriam afirmado que Gabriel forjou o ataque. Além dele, outras cinco pessoas foram intimadas a prestar depoimento. Entre elas, seu chefe de gabinete, Rick Dantas.
De acordo com a unidade policial que investiga o caso, mais de 25 pessoas já foram ouvidas no inquérito que apura a tentativa de homicídio contra Monteiro e sua equipe. O caso está sob a responsabilidade da promotora Renata Pereira de Souza da Graça Mello, da 1ª Promotoria de Justiça e Investigação Penal Territorial da Área de Madureira e Jacarepaguá.
Assédio moral e sexual
Gabriel Monteiro também foi acusado por assédio sexual e moral por servidores, uma ex-funcionária e uma mulher com quem já teve relações sexuais. Em depoimento, a mulher, que preferiu não revelar sua identidade, afirmou ter tido relações, a princípio consensuais, com Gabriel, mas que depois de um tempo, segundo ela, passaram a se tornar estupro, pois ele usava força, a deixando sem ter como sair da situação.
"Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar. E ele rindo, 'é uma brincadeira. Não leva a sério, não. Não fica chateada".
O assessor parlamentar Mateus Souza disse que o youtuber o obrigava a "ficar fazendo carinho nele", mesmo quando o funcionário pedia para parar. Heitor Monteiro, que também atua como assessor parlamentar, contou que o vereador pedia carinho constantemente e chegou a pedir para que fosse feito em suas partes íntimas. "Em todas as partes do corpo (...) Já chegou a pedir também (na região genital)".
A ex-assistente de produção de Gabriel, Luiza Batista, que realizava gravações para as redes sociais, expôs que ele a abraçava por trás, beijava seu rosto, dizia que a amava e andava nu próximo a ela. Ela ainda conta que após sete meses trabalhando com Monteiro, precisou procurar um psiquiatra por conta de tudo que estava passando com ele. De acordo com a assistente de produção, algumas das situações
Manipulação de conteúdo
Gabriel também foi acusado de exploração de menores, após induzir uma criança a dizer que estava sem comer, em depoimento, para poder levá-la ao shopping lanchar. "A vida dessa criança pode não ter sido totalmente modificada, mas ela teve uma esperança, porque é muito fácil chegar aqui e jogar dez pedras contra mim e atingir o meu trabalho", alegou o vereador.
Em outro vídeo um funcionário de Gabriel aparece induzindo um morador em situação de rua a pegar a bolsa de uma mulher. Ele orienta ainda que homem aproveite o momento em que a mulher possivelmente espera por um carro de aplicativo e ainda afirma que a vítima não vai perceber porque "é autista, largada, e nem se liga nas coisas".
Os dois chegam a acertar um valor de R$ 400 para executar a ação proposta. Quando o homem segue para fazer o combinado, pega a bolsa da mulher "desatenta" e joga por cima de um veículo, o objeto cai no meio da rua. É o momento em que Gabriel Monteiro aparece interrogando o rapaz.
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