Publicado 18/04/2022 19:40
Rio - Das 104 estações de trens no Rio, apenas 23 são acessíveis à pessoas com deficiência física e 21 possuem banheiro. Esses dados foram divulgados, nesta segunda-feira, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trens, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Secretário de Estado de Transportes, André Luiz Nahass, afirmou aos deputados que houve o investimento de mais de R$ 1,4 bilhão no modal. Para o deputado e relator da CPI, Waldeck Carneiro (PSB), não há controle de gastos por parte do Poder Público, já que a fiscalização é falha por parte da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) e da Agetransp.
“O Estado decidiu não operar mais o serviço, mas não possui estrutura fiscalizatória. É a ‘raposa tomando conta do galinheiro’, como diz o ditado popular. Toaletes, por exemplo, são locais elementares de cidadania, higiene e saúde. Desde que foi criada, a CPI também recebe constantes reclamações de usuários cadeirantes do modal de que os elevadores não funcionam. A Agetransp relata que não há peças de reposição e que a empresa de manutenção demora a trazer este material. Há a falta de implementação dos painéis eletrônicos para informar os usuários sobre as movimentações dos trens, ramais e linhas, uma lei estadual que vigora desde 2008”, criticou o relator.
Waldeck ainda afirmou que os números da concessionária não batem e destacou que o Poder Público é omisso em relação à isso. “Se a Agetransp não os tiver e a Setrans também não dispuser destes números, quem vai fiscalizar a Supervia em nome do interesse público? Com isso, nos propusemos a fazer mais diligências e vistorias nos ramais, estações e vagões dos trens”, afirmou.
A CPI foi instaurada para investigar denúncias, apurar as interrupções nos serviços, atrasos, superlotações, além das durações das viagens, acessibilidade nas estações, construções de banheiros e muito mais. A CPI é formada pelos deputados estaduais Lucinha (presidente - PSD), Eliomar Coelho (vice-presidente - PSB), Waldeck Carneiro (Relator - PSB), Luiz Paulo (PSD), Martha Rocha (PDT) e Dionísio Lins (PP). Participaram da reunião o presidente da Supervia, Antônio Carlos Sanchez; o Secretário de Estado de Transportes, André Luiz Nahass; e o diretor da Agetransp, Murilo Leal.
Procurada, a SuperVia respondeu que não vai comentar o assunto neste momento.
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