gabriel david beija flordivulgaçao
Publicado 24/04/2022 15:30 | Atualizado 24/04/2022 15:33
Herdeiro de Anísio A. David, presidente de honra da Beija Flor de Nilópolis, o empresário Gabriel David, de 24 anos, assumiu o comando da poderosa agremiação há três anos. Hoje é um dos mais influentes da Sapucaí, acumulando também cargo de direção na Liga das Escolas de Samba. Em conversa com O DIA ele voltou a defender que os desfiles deveriam ser transferidos à Barra da Tijuca, em área com mais espaço, evitando tragédias como a morte de uma criança de 11 anos, esmagada por carro alegórico, na semana passada.
O DIA: A Beija Flor é uma das maiores escolas de samba do Rio. Em 2019, a agremiação sofreu certo baque, com a saída do carnavalesco Laíla, após você assumir o comando; depois, em 2020, ficou em quarto lugar. E este ano, como você avalia o desfile?
GABRIEL: Foi super dez, impecável, uma escola muito luxuosa, volumosa. Ouvi falar que tiveram erros no início do desfile, mas confesso que não vi. A comunidade realmente abraça o enredo com sua alma, com seu coração. A forma de se expressar é quase um rito, não só um canto. E isso é muito forte e característico. Temos tudo para brigar pelo título.
Seu pai, mais uma vez, acompanhou o desfile de perto, como faz todo ano. Mas também já foi alvo de diversas críticas, acusado de contravenção e alvo de operações. Como é isso para você? Você se considera a nova cara das direções de escolas de samba?
Eu não sou contraventor, trabalho no Carnaval, porque tive a oportunidade de crescer e aprender muito com o Carnaval. Mas eu tenho a minha vida profissional fora daqui, onde eu ganho dinheiro como empresário, até fora do Carnaval. Quero fazer a Beija Flor cada vez maior. Só isso.
Seu pai defendeu, há algum tempo, que o local de realização dos desfiles não fosse mais a Marquês de Sapucaí. Você acha que essa mudança, para um espaço maior e amplo, evitaria tragédias como a morte da menina de apenas 11 anos, que foi esmagada por um carro alegórico?
Não só o meu pai, mas também o capitão Guimarães já tinha levantado essa bola. A gente tem um problema físico no Sambódromo. Quando ele foi construído, os carnavalescos não foram consultados. Há dois problemas muito graves: a concentração e a dispersão. A gente fala isso para o poder público há milênios, além dos pedidos oficiais. Inclusive, para o Carnaval deste ano, a Liga fez uma série de requerimentos que envolvem a dispersão. E as mudanças que precisam ser tomadas. Tem muita curva, é muito apertado, tem muita gente na dispersão. É como se aqui fosse um grande teatro e não tivesse uma coxia. Precisamos entenderque não é só o que a gente vê na hora do desfile. O maior espetáculo da Terra precisa ser visto com carinho. Essa fatalidade com uma criança de 11 anos, lamento muito. A Liga prpôs algumas mudanças para Riotur, antes de começar. O problema é recorrente. A gente precisa olhar o que a TV não filma. Já fizemos vários pedidos de segurança e controle de rua. O documento é de agosto de 2021 e precisamos de mudanças na Riotur.
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