Publicado 05/05/2022 08:28
Rio - A Justiça americana condenou na quarta-feira (4) o empresário brasileiro Arthur César de Menezes Soares Filho, o "Rei Arthur". A informação foi revelada pelo 'RJTV 2' da TV Globo. O processo nos EUA mira um escândalo de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI) para escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O empresário assumiu o crime em um acordo com a Justiça dos EUA para redução de pena. O empresário é considerado foragido da Justiça brasileira desde setembro de 2017 e mora em uma mansão em Miami, nos Estados Unidos.
A pena fixada foi de três anos de liberdade condicional a ser cumprida na própria casa ou em uma residência oficial supervisionada pelas autoridades. Arthur também deverá pagar U$ 2 milhões. O caso tramitou na corte do distrito Leste de Nova Iorque.
Arthur foi condenado por transferir U$ 2 milhões para pessoas físicas e jurídicas ligadas à jurados com poder de voto e influência na eleição realizada em 2009, na Dinamarca. O ex-governador Sérgio Cabral admitiu em depoimento que os votos que elegeram o Rio como sede da Olimpíada de 2016 foram comprados.
O pagamento teria sido determinado por Cabral e executado por Arthur Soares. Segundo o Ministério Público Federal, os US$ 2 milhões foram feitos ao filho do senegalês Lamine Diack, membro do COI, que teria repassado parte do valor para outros membros do Comitê.
O pagamento teria sido determinado por Cabral e executado por Arthur Soares. Segundo o Ministério Público Federal, os US$ 2 milhões foram feitos ao filho do senegalês Lamine Diack, membro do COI, que teria repassado parte do valor para outros membros do Comitê.
O empresário aumentou seu patrimônio durante o governo Cabral. Dono grupo Facility, de empresas de prestação de serviço para governos, ele era um dos maiores fornecedores de funcionários terceirizados da gestão do ex-governador. O apelido de Rei Arthur foi disseminado por outro ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, por meio do seu blog, a quem chamou de "rei da terceirização" e divulgou relações do empresário com o governo.
Arthur chegou a ser preso em Miami a pedido da Operação Lava-Jato enquanto tentava renovar documentos em 2019, mas foi solto horas depois porque tinha acordo com a Justiça americana e residia no país.
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