Publicado 05/05/2022 09:38
Rio - A engenheira que afirmou em redes sociais ter sido dopada por um motorista de Uber não relatou em depoimento, na 12ªDP (Copacabana), um detalhe que chamou a atenção dos investigadores, o qual foi entendido como contradição. Em seu relato nas redes sociais, ela disse que o motorista, após borrifar um spray, insistiu em continuar a viagem. Além disso, ele teria reduzido a velocidade do carro, provavelmente para o suposto entorpecente ter efeito. No entanto, esses detalhes não foram ditos em sede policial. Ela ainda afirmou, em seu depoimento à polícia, que o motorista "não se opôs à sua saída do carro".
O DIA apurou que o caso segue sob investigação como possível lesão corporal, mas até o momento não há comprovação de que algum crime tenha ocorrido dentro do veículo.
De acordo com o relato da engenheira nas redes sociais, ela pagou uma corrida, na segunda-feira, dia 2, entre São Conrado e Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Após o motorista borrifar um spray nas mãos, ela passou a sentir tontura e abriu a janela do carro. "Eu senti um cheiro muito forte (que não era álcool) e imediatamente uma pressão na cabeça. Em questão de segundos, eu estava vendo tudo meio turvo e com muita dificuldade de respirar! Abri o vidro assim que percebi que algo estava estranho e logo ele se espantou pois o ar condicionado estava ligado", escreveu.
"Percebi que ele começou a andar com o carro mais devagar (provavelmente fazendo hora para dar efeito) e eu com a cabeça inteira para fora do carro, tentando respirar, pensava no que fazer sem demonstrar o que estava sentindo, com medo da atitude dele. Respiração cada vez mais forte, coração disparado, visão turva, pressão da cabeça e sentindo meu corpo mole", escreveu a engenheira, em relato público.
Ainda de acordo com a engenheira, ela pediu para parar em um posto, e o motorista teria insistido em continuar a viagem. Após parar no posto de gasolina, ela entrou em uma loja de conveniência, e pediu ajuda.
Motorista: 12 mil viagens e quase cinco estrelas
Em seu depoimento, o motorista afirmou que trabalha na Uber há cinco anos, com mais de doze mil corridas e qualificação 4,94 de 5 estrelas possíveis. Ele prestou depoimento no mesmo dia da corrida, e afirmou que costuma borrifar álcool para higienizar as mãos em todas as corridas.
Sobre a corrida com a engenheira, ele disse que "a todo tempo a passageira estava no celular, sem expressar algum incômodo com a viagem". Na altura de um posto de gasolina, ela pediu para ir comprar água e, que após entrar na loja de conveniência, cancelou a viagem. Ele afirmou que ainda aguardou a engenheira sair do local, achando ser um erro do sistema, mas desistiu após ela não retornar.
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