Publicado 06/05/2022 11:00
Rio - A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) autorizou, na quarta-feira (4), a abertura de um processo licitatório para a elaboração de estudo no sítio arqueológico do Cais do Valongo. O vencedor do pregão vai elaborar um diagnóstico do sistema de rebaixamento de lençol freático instalado no monumento, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial Cultural em 2017. O despacho do presidente da Cdurp foi publicado no Diário Oficial do Município nesta quinta-feira (5).
A empresa vencedora será aquela que apresentar o menor valor para o serviço.
A Cdurp informou que os estudos têm como objetivo dar um diagnóstico mais preciso da atuação do lençol freático no Cais do Valongo. Após esta avaliação das bombas que mantêm o local seco, a companhia que administra a Região Portuária decidirá sobre a necessidade de intervenção para otimizar o sistema.
Alagamentos são comuns no sítio arqueológico, o último deles aconteceu no dia 1 de abril, durante a greve dos garis na cidade, mas episódios semelhantes também ocorreram em abril de 2021 e julho de 2020.
Construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro, o Cais do Valongo foi totalmente aterrado durante as obras de modernização do prefeito Pereira Passos, em 1904. O local foi redescoberto em 2011, mais de cem anos depois, durante as escavações da revitalização da Região Portuária do Rio. O cais era o ponto de chegada de homens e mulheres vindos da África para serem escravizados no Brasil.
Em 2012, a Prefeitura do Rio de Janeiro acatou a sugestão das Organizações dos Movimentos Negros e transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública. O Cais do Valongo integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na região portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.
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