Publicado 06/05/2022 17:21
Rio - Policias Civis da 37ªDP (Ilha do Governador) investigam a motivação para o ataque de um aluno a outros três colegas de turma, na manhã desta sexta-feira, dia 6, em uma unidade de ensino pública, localizada no mesmo bairro da Zona Norte que dá nome à delegacia. Na análise do local onde ocorreu a tentativa de homicídio, praticada por um aluno de 14 anos, com uma faca, há inscrições das duas maiores facções ligadas ao tráfico de drogas e armas do Rio de Janeiro. Além disso, xingamentos e nomes também foram inscritos com o que parece ser corretivo líquido.
Em imagens, obtidas pela reportagem, é possível constatar que a sala é ampla, possui móveis escolares novos e uma boa iluminação, inclusive com luz natural que passa através de uma parede de tijolos vazados. No entanto, o ambiente propício a estudos, tem uma parede repleta de inscrições em alusão ao TCP (Terceiro Comando Puro) e CV (Comando Vermelho). Em tijolos há os nomes de possíveis alunos e também xingamentos.
A mãe do aluno agressor informou ao delegado Marcus Henrique Alves, responsável pela investigação, que seu filho apresentava comportamento agressivo nos últimos tempos, sendo acompanhado por psicólogo e psiquiatra. A possibilidade de bullying escolar, quando gestos, violência psicológica ou física, e linguagens agridem um aluno e desencadeiam humilhações sistemáticas, não foi descartada como motivação para o ataque.
A própria Secretaria Municipal de Educação possui campanhas em seu portal MultiRio que orienta pais, responsáveis e alunos sobre a violência nas escolas. Em relação às pichações encontradas na sala de aula, a reportagem procurou a pasta, mas ainda não obteve retorno.
Após o crime, o prefeito Eduardo Paes esteve na escola e apontou que irá fazer intervenções. "Graças a Deus e à coragem de um professor, as crianças estão sem qualquer perigo. Parece que o professor conseguiu intervir com uma cadeira e imobilizar o rapaz. Vamos ter que ter uma atenção especial com essa escola a partir de segunda-feira", afirmou.
As vítimas das facadas do adolescente passam bem. Já o aluno agressor, que também ficou ferido nas mãos, irá seguir para o sistema judiciário, onde deverá responder por ato infracional análogo a homicídio tentado.
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