Publicado 17/05/2022 09:36
Rio - Um torcedor do Botafogo teve uma fratura na mandíbula após ser atacado a pedradas por membros de uma organizada do Flamengo dentro de um trem do ramal Japeri da SuperVia, na noite do último domingo. O caso aconteceu após o clube alvinegro vencer o Fortaleza por 3 a 1, no Estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Além dele, outras três pessoas também ficaram feridas. fotogaleria
De acordo com relatos de testemunhas, quando o trem abriu as portas na estação Oswaldo Cruz, um grupo de cinco a dez jovens, um deles com a camisa do Flamengo, se aproximaram da porta e arremessaram pedras dentro do vagão. Um deles teria chegado a mostrar um arma.
Uma das pedras acertou Henio Hugo, torcedor do Botafogo de 29 anos e jogador de futebol americano, que teve o maxilar fraturado. Um médico do Samu e uma cirurgiã dentista, que estavam no mesmo vagão, prestaram os primeiros socorros a ele. O alvinegro foi levado inicialmente para a UPA de Edson Passos, em Mesquita, mas só foi atendido de forma superficial. Ainda em busca de socorro para Henio, os torcedores racharam um carro de aplicativo para irem até o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, onde ele está internado e aguarda por uma cirurgia.
Além dele, uma mulher teve um ferimento profundo na testa, na região do supercílio. Ela teria saltado do trem com o marido na estação Marechal Hermes e dado entrada no Hospital Estadual Carlos Chagas, onde foi atendida e liberada. Testemunhas afirmam que outras duas pessoas também se feriram, sem gravidade.
Diante da repercussão, o Botafogo divulgou uma nota oficial na noite desta segunda-feira. O clube disse que "acionou os órgãos públicos na busca por esclarecimentos em decorrência dos episódios de violência provocados por torcedores rivais nos trens da SuperVia, após a última partida. O Clube repudia os atos e não medirá esforços para buscar a segurança dos alvinegros". Em nota, a SuperVia confirmou que houve uma ocorrência com torcedores no interior de uma composição do ramal Japeri, na altura da estação Oswaldo Cruz e que acionou o Grupamento de Policiamento Ferroviário.
"Importante lembrar que a segurança pública no sistema ferroviário é uma atribuição do Poder Público, que atua nos trens, estações e ao longo da via férrea por meio dos órgãos policiais, como o GPFer (Grupamento de Policiamento Ferroviário). Os agentes de controle da concessionária não têm poder de polícia para atuar na prevenção ou coerção de ações de natureza criminal, conforme estabelece a legislação e o contrato de concessão", disse a concessionária.
Em nota, a Polícia Militar disse que "o comando do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) determinou que sejam feitas buscas na região para identificar o envolvimento de torcidas organizadas no suposto ato".
Confira a nota na íntegra:
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, na noite de domingo 15/05, equipe do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) coibiu um princípio de desentendimento entre torcidas de times de futebol rivais em uma composição ferroviária, na Estação Oswaldo Cruz. Ao notar a alteração, o maquinista fechou as portas do trem e partiu. Não houve relatos de feridos neste episódio. Os policiais permaneceram na estação até o encerramento das operações previstas para o dia do jogo.
Sobre relatos relacionados a feridos nas imediações da Estação de Bento Ribeiro, o comando do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) determinou que sejam feitas buscas na região para identificar o envolvimento de torcidas organizadas no suposto ato.
O policiamento em toda a malha ferroviária na região metropolitana do Rio de Janeiro tem sido intensificado com apoio dos batalhões de área e recebe apoio ainda de outras unidades de policiamento especializado da Corporação, como o BEPE e o batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM) em dias de jogos de futebol de torneios oficiais.
Outro caso
Na madrugada desta terça-feira, uma confusão foi registrada envolvendo torcedores do Flamengo e Universidad Católica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Em um vídeo que está circulando nas redes sociais, é possível ver muita correria e pessoas assustadas pelas ruas.
Pelo menos três viaturas da Polícia Militar estiveram no local para afastar a confusão. A motivação do confronto de torcidas teria sido o caso de racismo que aconteceu na partida de ida, no Chile. Na ocasião, dois rubro-negros saíram feridos do estádio após serem atingidos por objetos arremessados pelos torcedores rivais.
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