Publicado 17/05/2022 13:10
Rio - O corpo do papiloscopista Renato Couto de Mendonça, de 41 anos, foi sepultado no início da tarde desta terça-feira (17) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. O cortejo contou com a presença de familiares, amigos e colegas da Polícia Civil. O policial foi vítima de uma emboscada armada por três militares da Marinha e o dono de um ferro-velho, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio, após encontrar peças de sua obra no local, que é clandestino. O corpo de Renato foi encontrado no Rio Guandu na segunda-feira (16).
A mãe do policial chegou a passar mal no velório e precisou ser amparada por parentes. Durante o enterro, flores foram jogadas de um helicóptero que sobrevoou o cemitério. Os irmãos também ficaram muito emocionados e a esposa da vítima chegou a beijar o caixão. Para a irmã Débora Couto, a família agora quer que o sargento Bruno Santos de Lima, e seu pai, Lourival Ferreira de Lima, além do cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares, respondam pelo crime.
"Cada dia mais aumenta a dor e a revolta. O que me conforta é saber que o meu irmão lutou, porque ele não era um 'cara' covarde como os que fizeram. Agora, a gente quer lutar para essas pessoas serem responsabilizadas. Eles não estavam pegando um bandido, eles estavam pegando um homem honesto, trabalhador, pai de família, que tinha uma família que vai amar ele para sempre. Então, a gente quer que todos eles sejam responsabilizados", desabafou Débora, que disse só guardar boas lembranças.
"Eu vou guardar a imagem de domingo, quando ele foi me parabenizar pelo Dia das Mães, das fotos que a gente fazia, quando se falava por vídeo. Eu só tenho boas lembranças dele, porque ele era um homem bom. Se puxarem o histórico do meu irmão, meu irmão só tem excelência em todos os lugares que ele passou. E se puxar o histórico dos bandidos, vão ver que de militares, eles não tinham nada, são bandidos disfarçados. A gente quer justiça, que eles peguem a pena máxima, e possam ficar lá dentro o tempo máximo que a Justiça determinar".
O sepultamento também contou com a presença do secretário de Estado de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, do diretor da instituição, Antenor Lopes, além do diretor e a chefe do serviço papiloscópico do Instituto Félix Pacheco (IFP), Márcio Carvalho e Alessandra Siffert, onde a vítima era lotada.
"Ele é um cara família. A esposa dele era agente federal em outro estado, ganhava melhor do que aqui no Rio, e eles largaram tudo para poder ficar do lado da mãe. Ele era apaixonado pela mãe, ia botar a mãe para morar na casa que ele estava. É uma família muito unida. A esposa dele é muito reservada, também, mas eles são muitos unidos. Tudo estava sendo feito para eles poderem construir a casa para a família morar, porque ele morava de aluguel", lamentou Siffert.
"Uma demonstração de banalidade. É uma coisa que chocou a todo mundo, estamos todos consternados, é uma perda muito grande. Um ótimo policial, dedicado, sempre participativo, então, dói, está doendo muito na gente. O Renato era uma pessoa muito alegre, feliz", completou Carvalho.
Falta em plantão alertou colegas de trabalho
Chefe direta do policial, Siffert contou que estranhou o papiloscopista ter faltado ao trabalho no sábado (14). Ela relatou que por volta das 10h30, os agentes a informaram que Renato não havia aparecido para o plantão e decidiu ligar para ele, mas o telefone estava desligado. Foi somente quando falou com a esposa dele, que também trabalha no IFP, que Alessandra soube que a vítima não fazia contato desde a noite anterior. A partir da informação, uma força-tarefa foi montada para o localizar.
Os agentes estiveram na obra da vítima e foram informados pelo pedreiro que ele tinha se envolvido em uma briga durante a manhã, em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio, e que tinha ido ao local durante a tarde novamente, para receber um dinheiro, mas não retornou. A força-tarefa desconfiou que Renato havia sido baleado, porque no dia anterior, a Polícia Civil realizou uma perícia no mesmo ponto onde a confusão aconteceu, por conta do informe de um suposto homicídio.
Chefe direta do policial, Siffert contou que estranhou o papiloscopista ter faltado ao trabalho no sábado (14). Ela relatou que por volta das 10h30, os agentes a informaram que Renato não havia aparecido para o plantão e decidiu ligar para ele, mas o telefone estava desligado. Foi somente quando falou com a esposa dele, que também trabalha no IFP, que Alessandra soube que a vítima não fazia contato desde a noite anterior. A partir da informação, uma força-tarefa foi montada para o localizar.
Os agentes estiveram na obra da vítima e foram informados pelo pedreiro que ele tinha se envolvido em uma briga durante a manhã, em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio, e que tinha ido ao local durante a tarde novamente, para receber um dinheiro, mas não retornou. A força-tarefa desconfiou que Renato havia sido baleado, porque no dia anterior, a Polícia Civil realizou uma perícia no mesmo ponto onde a confusão aconteceu, por conta do informe de um suposto homicídio.
"Foi aí que a gente começou (a investigar), eu liguei para o doutor Antenor e pedi ajuda para ele, falei: "doutor, acho que aconteceu uma desgraça". E ele fez tudo para ajudar a gente, e a gente conseguiu, junto com a 18ª DP, chegar nessa barbaridade", relatou Alessandra, abalada. A chefe ainda lembrou que se espantou com a reação fria do sargento Bruno, ao ser levado ao Rio Guandu.
"Eu não acreditei, inclusive a gente levou o militar no Arco Metropolitano, para ele mostrar onde jogou o corpo, e fiquei impressionada que ele não tem reação nenhuma. Uma pessoa fria, que não parecia estar arrependida, nem com medo. Ele realmente é uma pessoa que, para mim, não tem sentimento nenhum. Enquanto todo mundo estava consternado, ele parecia que estava dando um passeio, como se nada tivesse acontecido."
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