Publicado 19/05/2022 16:47 | Atualizado 20/05/2022 02:35
Rio - Uma série de disparos feita por um soldado da PM, dentro de uma boate, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, durante uma ação da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), na madrugada desta quinta-feira (19), tinha um objetivo: dar fuga ao miliciano Playboy de Curicica, segundo a especializada. Apesar do alto poder de fogo da ação, não houve feridos.
Na ação, um grupo de milicianos chegou a arremessar três granadas contra os policiais, mas os artefatos não explodiram. Algumas armas também foram deixadas pelo chão.
Playboy, que ainda não tem contra ele um mandado de prisão expedido pela Justiça, estava na festa que ocorria até 6h da manhã.
"Recebemos a informação de que milicianos estavam numa boate, especificamente o Playboy de Curicica e com ele havia homens armados. Quando a equipe chegou lá, esse PM foi ao segundo pavimento e simulou uma confusão. Nessa oportunidade, fez disparos para o alto, no sentido de desvirtuar a ação policial. E conseguiu: o Playboy fugiu", afirmou um policial à reportagem do DIA.
Playboy de Curicica, de 28 anos, é um miliciano com forte liderança nas áreas de Curicica, Terreirão, Rio das Pedras, Muzema, entre outros, de acordo com a Draco. Seria subordinado a Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.
Ainda segundo a especializada, o criminoso tem muita influência na região e seria ligado a muitos agentes de segurança.
Segundo investigações, desde 2020 ele é apontado pelos crimes de homicídio qualificado (consumado e tentado); roubo; extorsão; tortura; receptação; formação de milícia privada e organização criminosa.
O soldado Marcos Roberto França Júnior, lotado no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), que fez os disparos, foi detido. Na boate, seis armas foram apreendidas, além de um carro que aguarda exame de perícia.
Na ocorrência foram apreendias quatro pistolas, dois revólveres, mais de 100 munições, carregadores de pistola, luneta, dois carregadores de fuzil e três granadas de efeito moral.
Milícia explora até catador de lixo
Uma denúncia feita à Draco, ao qual O DIA teve acesso, mostra o grau de exploração econômica no qual moradores de Rio das Pedras e Muzema estão submetidos: até catadores de lixo devem pagar taxas aos criminosos locais. "Daqui a pouco a população vai ter que pagar para sair na rua", escreveu o denunciante, após apontar a nova modalidade de exploração.
Com base em informações de inteligência, o delegado Thiago Neves, titular da Draco, reuniu informações para uma nova etapa do projeto Cidade Integrada, visando cumprir 79 mandados de busca e apreensão, em endereços ligados ao miliciano Jocemir de Santana Souza, vulgo Cemir, uma das lideranças de Rio das Pedras e Muzema, no início do mês. Cemir foi preso em 2021, após ser baleado, mas continuaria com influência na região.
De janeiro a maio deste ano, a Draco prendeu19 pessoas ligadas à milícia de Rio das Pedras e Muzema, entre as principais lideranças estão: Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico; João Henrique Pedro da Silva, Pezão; André Silva Loback; e Bruno Guarany, o Skunk.
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