Audiência sobre o caso do menino Henry Borel, nesta quarta-feira. Jairinho acompanhou de presídioMarcos Porto
Publicado 01/06/2022 15:10
Rio - O perito do IML que examinou o corpo de Henry descarta que a morte tenha sido causada por acidente doméstico. "Baseado na literatura e no exame da perícia no local (no apartamento de Jairinho), não haveria possibilidade da lesão hepática por ação contundente que causa a morte de Henry e ter sido provocada por acidente doméstico", afirmou Leonardo Tauil. O depoimento começou às 11h e foi encerrado às 15h08.
O médico legista ressaltou ser muito difícil que quedas abaixo de 3,5 metros provoquem o tipo de laceração que causou a morte de Henry. "Eu afirmo que o trauma abdominal é de alta energia. É incompatível com uma queda da cama ou de um móvel do apartamento".

O perito também esclareceu que a lesão não é uma dor 'lancinante'. "É possível que a criança tenha andando após o trauma. Não é uma dor lancinante. É possível que tenha sofrido a lesão e tenha caminhado, e passado um tempo, o falecimento", disse. Leonardo acrescentou ainda que havia a possibilidade de se realizar uma cirurgia e tratar esse tipo de lesão, a depender do tempo de socorro.

Ao ser interrogado, Tauil avaliou que o trismo (rigidez na mandíbula) de Henry identificada no hospital Barra D'Or, muito provavelmente tenha sido causada pela morte do menino. A defesa de Jairinho tenta sustentar que a criança ainda estava viva quando chegou ao hospital.

O perito afirmou ainda que as lesões causadas pelo socorro estavam na face do menino. Mas, que a principal hipótese é que a morte tenha sido causada por agressões, e não por manobras de ressuscitação. Além disso, detalhou que sangue perdido por Henry na hemorragia interna correspondia a entre 20% e 40% do volume total sanguíneo da criança.
Confusão em plenário
Durante as quatro horas de interrogatório do perito, o advogado de Dr. Jairinho, Cláudio Dalledone, participou de momentos de enfrentamento com outras partes no processo e discutiu com o advogado de acusação, Cristiano Medina da Rocha, que representa o engenheiro Leniel Borel.
A confusão precisou ser interrompida por policiais militares. Ao fim do inquérito do médico, a juíza Elizabeth Machado Louro ameaçou retirá-lo da sala caso fosse interrompida mais uma vez.
Dalledone estava questionando a legitimidade das perguntas feitas pela própria magistrada e rebateu que, por isso, moveu uma ação de suspeição contra Elizabeth. Ao deixar a sessão, Cláudio afirmou que vai acionar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela forma como que a magistrada conduz o caso, questionando sua imparcialidade.
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