Publicado 20/06/2022 11:23
Rio - Um aluno do curso de Sistemas de Informação da UniRio é suspeito de promover ameaças de ataques à universidade. A instituição afirmou no último domingo que acionou órgãos oficiais para cuidar do caso. Ainda não há confirmação de quem será responsável pela investigação, mas por ser uma universidade federal, a competência seria da Polícia Federal. Para reduzir riscos, a reitoria decidiu suspender as atividades nos campi da Urca (436 e 458) nesta segunda-feira (20).
O estudante se autodenomina um "incel", ou seja, um celibatário involuntário. O grupo é formado por homens solitários que se reúnem em fóruns na internet. Em comum, está a rejeição por mulheres e homens sexualmente ativos e o teor do discurso de ódio e misoginia. Em um canal no YouTube, o homem já havia gravado vídeos com conteúdos racistas e misóginos. Mais recentemente, ele publicou e em seguida removeu de um site de plataforma de vídeos, ameaças de massacre com uso de armas na unidade.
Uma colega do rapaz comentou no domingo o medo diante das publicações e do comportamento do estudante. "O cara tá ameaçando e a reitoria já sabia e nada fez. Estamos vendo uma desgraça se formar e ninguém vai fazer nada. Eu não piso lá até esse cara ser preso", escreveu.
A Unirio informou por meio de nota divulgada às 10h35 que a reitoria, em entendimento com os Decanos do Centro do Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET), do Centro de Letras e Artes (CLA), do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCH) e do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)/ Instituto de Biociências (Ibio), além da Biblioteca Central e do Restaurante Universitário, estava suspendendo as atividades nos campi 436 e 458 nesta segunda-feira (20), diante dos recentes fatos relatados em postagens com conteúdo de risco.
A universidade se pronunciou pela primeira vez sobre o caso na noite do último domingo (19). A reitoria informou que tomou conhecimento de postagens e supostas ameaças vindas de um aluno da instituição e acionou órgãos oficiais. Em nota, a universidade declarou que, o motivo de acionar tais órgãos oficiais, é pelo caráter complexo e delicado da situação, "visando à manutenção da segurança da comunidade acadêmica e seus colaboradores".
A universidade se pronunciou pela primeira vez sobre o caso na noite do último domingo (19). A reitoria informou que tomou conhecimento de postagens e supostas ameaças vindas de um aluno da instituição e acionou órgãos oficiais. Em nota, a universidade declarou que, o motivo de acionar tais órgãos oficiais, é pelo caráter complexo e delicado da situação, "visando à manutenção da segurança da comunidade acadêmica e seus colaboradores".
Procurada, a Polícia Federal não retornou à reportagem até a última atualização deste texto.
Histeria e falha na comunicação
Muitos alunos foram surpreendidos nesta segunda-feira com a suspensão das atividades nos campi da Urca. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unirio ressaltou que boa parte dos estudantes mora longe da universidade e soube da suspensão apenas quando chegou à faculdade. Os estudantes avaliam que houve falha na comunicação.
"Muitos alunos não ficaram sabendo (da suspensão). Teve gente que veio de Magé para a Urca, ou de lugares mais distantes. A gente entendeu que a suspensão da aula no campus da Urca foi boa para não gerar nenhum risco para a comunidade acadêmica. Mas, deveria ter sido avisado antes, ou, pelo menos por email. Porque mesmo prezando pela Segurança, muita gente gastou passagem e tempo para chegar e voltar para casa", afirmou um dos representantes do DCE.
O estudante contou que o vídeo começou a viralizar no próprio domingo entre os colegas. "Foi muito ruim ter sido espalhado, só provocou histeria e desespero. Ficou todo mundo especulando o que iria acontecer", contou. Em uma live realizada ontem, o autor dos vídeos contou que já havia sido internado por problemas psiquiátricos e que havia descontinuado os medicamentos.
Alunas e alunos cobram posicionamentos mais claros da faculdade. "Vocês suspendem hoje, mas e depois? As pessoas estão bastante assustadas com tudo isso. Precisamos de uma posição quanto a segurança dos alunos para que tenhamos condições mínimas de voltar ao campus", afirmou uma jovem.
"Eu estou muito preocupada com isso. Acho que os alunos deveriam fazer uma paralisação. Ou esse cara é preso/internado, ou a gente não volta para universidade", acrescentou outra aluna. Outro estudante também afirmou que não pretende voltar à faculdade. "Tá, mas já estão atrás do cara? Ninguém vai pisar nessa faculdade enquanto isso não acontecer", declarou.
Procurada, a Polícia Federal não retornou à reportagem até a última atualização deste texto.
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