Publicado 24/06/2022 10:45 | Atualizado 24/06/2022 15:53
Rio - A vereadora Benny Briolly (Psol) usou suas redes sociais para denunciar na noite de quinta-feira (23) que recebeu um email com ameaça e ataques racistas e transfóbicos com endereço atribuído ao deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB). O email tem como título "Já estou contando as balas". Apesar de o email ter sido recebido em 25 de maio deste ano, a vereadora só vai registrar a ocorrência nesta sexta-feira (24) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Rodrigo Amorim afirmou tratar-se de uma montagem com fim eleitoral e registrou o caso na quinta-feira na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) foi acionada para apurar o caso.
Por meio de sua assessoria, Benny afirmou que demorou para registrar o caso por um pedido do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.
O deputado Rodrigo Amorim afirmou que solicitou a quebra de seu sigilo de dados à mesa-diretora da Alerj para que seja provado que o email não partiu de seu endereço de email ou de seu computador. O parlamentar classifica o texto como esdrúxulo e absurdo e diz que a mensagem com ofensas e ameaça não se alinha a suas posições políticas. Amorim diz que trata-se de uma montagem com fins eleitorais.
"Faltando quatro meses para as eleições, está querendo palanque. O caso foi registrado. Está me caluniando. Me impondo um crime por meios digitais. É calúnia com motivação eleitoral. Já narrei à polícia e estou exigindo que o setor de informática da Alerj prove e ateste que não saiu nenhum email do meu computador", afirmou Rodrigo Amorim.
O deputado rechaça os ataques racistas do texto, além de afirmar que não defende a privatização do SUS, citando trechos do email divulgado por Benny.
"Chegam a ser infantis. Quem é armamentista, não chama munição de bala. É um crime hediondo chamar munição de bala. Embora tenha me envolvido em polêmica, e não retiro o que falei no Plenário, nunca proferi ofensas racistas, nunca falei isso: privatizar SUS, ou que o Exército está ao meu lado", criticou.
"Chegam a ser infantis. Quem é armamentista, não chama munição de bala. É um crime hediondo chamar munição de bala. Embora tenha me envolvido em polêmica, e não retiro o que falei no Plenário, nunca proferi ofensas racistas, nunca falei isso: privatizar SUS, ou que o Exército está ao meu lado", criticou.
Amorim acrescentou que após a investigação pretende levar o caso à Justiça Eleitoral e Civil. "Absurdo. Considero uma fake news, um texto esdrúxulo que eu jamais falaria. Além de questões de afronta à pessoa humana", afirmou Amorim.
O texto divulgado pela vereadora de Niterói Benny Briolly faz referência a um episódio em que Amorim se referiu à parlamentar como "aberração da natureza" e "boizebu". Na ocasião, o deputado se dirigia à deputada estadual Renata Souza em uma sessão no Plenário, após a parlamentar protestar contra ofensas e dizer que poderiam "vaiar, urrar ou mugir, como bois".
Em ofício, o presidente da Alerj, André Ceciliano determinou nesta sexta-feira (24) a instauração imediata de investigação preliminar destinada a apurar o envio do email.
De acordo com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), as evidências foram apresentadas pela equipe da vereadora. Como a Polícia Civil não tem atribuição para investigar membros do legislativo estadual, o material será enviado ao Procurador-Geral de Justiça.
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