Publicado 27/06/2022 11:08
Rio - Na busca de identificar os cerca de dez criminosos que assaltaram uma joalheria do VillageMall, na Barra da Tijuca, na noite de sábado, e mataram o segurança Jorge Luiz Antunes, 49, a polícia traçou similaridades com outra ação criminosa em uma filial da mesma rede, em Ipanema. Há a suspeita de ser o mesmo grupo, sendo que no roubo ocorrido em 2019 havia a presença de uma mulher. Outra pista aponta que o bando tenha ido para o Complexo da Maré, já que um celular roubado durante o assalto teve o conjunto de favelas como paradeiro final.
Além disso, a polícia desconfia que apesar de quatro terem participado diretamente do assalto, cerca de oito criminosos tenham rendido todos os seguranças do shopping, já que não houve resistência. Em relatório preliminar, ao qual O DIA teve acesso, um dos delegados aponta que a "ação foi estudada, com atuação bem definida e localização estruturada dentro do shopping pelos marginais".
Para dar mais agilidade à investigação, uma força-tarefa foi montada. Chamado de Grupo de Ação e Inteligência, reúne policiais da 16ªDP (Barra da Tijuca), Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), DRF (Delegacia de Roubos e Furtos), além de especialistas do IIFP (Instituto de Identificação Félix Pacheco).
E é baseado nas digitais até de copos de café, como de um capuccino solicitado por um dos criminosos em uma cafeteria localizada na frente da joalheria, que a polícia também tenta a identificação, além de imagens de câmeras e fotos de um paparazzi. Confira o que já se sabe sobre o caso:
Dia 25.06.2022, às 18h13:
Três homens que estavam sentados em uma cafeteria, em frente à joalheria, mas em mesas separadas, uma ao lado da outra, levantaram-se e renderam os dois atendentes do estabelecimento. Os três possuíam sotaque de cariocas. O local fica no 2ºandar do shopping, próximo à escada e a um elevador.
Ao mesmo tempo, o segurança da joalheria, que estava desarmado, é rendido por um elemento que o abordou lateralmente. Os atendentes da cafeteria e o segurança são levados para o interior da joalheria, sob a mira de armas de fogo.
No interior da joalheria:
Já dentro da joalheria, especializada em relógios de luxo, foram rendidas uma gerente e duas vendedoras. Os criminosos tomaram a direção exata do cofre, e falaram que queriam "Rolex e Cartier", peças mais caras, que podem custar entre R$ 100 mil a R$ 500 mil. Ao saírem do local, eles realizaram uma série de disparos contra a vitrine, retirando mais joias. A ação durou cerca de 4 minutos.
Nesse momento, frequentadores entraram em pânico e comerciantes desligaram as luzes, além de fecharem as portas.
Tiros no corredor e mais reféns:
Ao saírem da joalheria, mais três disparos foram feitos para o alto e outras três pessoas foram feitas reféns, sendo aplicado o golpe chamado de gravata. Elas foram feitas de escudo humano até a saída do shopping.
De acordo com o proprietário da joalheria, um grupo saiu lateralmente, mas câmeras apontam que eles também saíram pela porta da frente do shopping, no andar térreo. Da loja até a porta principal são 150 metros.
Cápsulas de 9mm:
Os criminosos utilizaram, predominantemente, pistolas 9mm. Inúmeros estojos de munição deflagrada foram apreendidos, além de um martelo, utilizado também para quebrar a vitrine na busca das joias. Também fora apreendido um projétil 9mm intacto, o que poderia indicar, segundo investigadores, que os criminosos possuíam munições para eventual troca de tiros. Na saída, o segurança, que não estava uniformizado, foi morto.
Fuga do local:
Os criminosos fugiram em motos que estavam paradas na frente do shopping, onde os reféns foram soltos. Cerca de dez motos foram utilizadas na fuga, sendo que uma delas ficou no local. Uma das motos levou três criminosos, já que a outra apresentou defeito mecânico. Na saída do shopping também foi roubado um celular, que aponta como paradeiro o Complexo da Maré.
Trajeto da fuga:
De acordo com a Polícia Militar, os criminosos seguiram pela Rua Luís Carlos Prestes, acessando a Avenida Ayrton Senna e, provavelmente, a Linha Amarela. Ainda de acordo com informação da PM, cerca de 50 relógios teriam sido levados, além de joias.
O caso segue sob investigação da força-tarefa montada.
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