Publicado 29/06/2022 16:31
Rio – O projeto “Águas de Guanabara”, realizado pela Federação Estadual dos Pescadores do Rio de Janeiro, retirou, desde fevereiro, mais de 150 toneladas de lixos flutuantes e resíduos sólidos encontrados na costa e nos manguezais do Rio. O projeto tem como objetivo quantificar e qualificar os resíduos sólidos e os impactos que eles possuem sobre a fauna e flora da Baía de Guanabara
Atualmente, os pescadores estão realizando esse trabalho de limpeza, no canal de Magé, nos rios Suruí, e estrela, na Baixada Fluminense, e em São Gonçalo, nos rios Imbuaçu, Pomba, Marimbado, entre outros.
O lixo vem prejudicando pescadores e representantes da flora e da fauna local, além de causar uma grande degradação do meio ambiente e dos recursos hídricos. O material retirado da água não vai para coleta seletiva, que em sua grande maioria, são descartados pelos próprios moradores nos rios.
De acordo com a Federação, é de extrema necessidade que haja uma educação ambiental que sensibilize a sociedade acerca da importância da preservação e conservação da baía de Guanabara e seus rios afluentes. O projeto está sendo realizado para analisar as condições territoriais, ambientais e econômicas e dar um diagnóstico ambiental e poluidor (resíduos sólidos flutuantes e de fundo).
Além disso, ele visa mapear os pontos críticos, conscientizar sobre os riscos para futura sustentabilidade junto à destinação do material retirado. Segundo o presidente da federação, Luiz Carlos Furtado, o trabalho realizado por esses pescadores diariamente, tem sido gratificante.
"É importante frisar que, o prejuízo com todo esse lixo, reflete no meio ambiente, a vida dos pescadores que tem suas redes de pesca danificadas, e na vida da própria população que acaba jogando os resíduos nos rios. E com essa limpeza, os peixes voltam par ao habitat natural, e a vegetação se transforma sozinha", afirmou o presidente da federação.
Além da retirada do lixo, existe uma grande preocupação com a questão social dos pescadores. A federação já realizou ação com mais de 140 profissionais da pesca, por exames de rotina, visando identificar possíveis problemas de saúde e encaminhar, com apoio das prefeituras, para um médico especializado. Eles também recebem auxilio alimentação, a remuneração pelo trabalho de coleta, e auxílio no que diz respeito a documentação da embarcação e também do pescador.
"O projeto, além da preocupação ambiental, visa também o social. Por isso mantemos um banco de dados com relatórios mensais sobre a saúde dos pescadores. Eles são remunerados para atuarem na coleta dos resíduos sólidos não orgânicos, três vezes por semana, das 8 da manhã até o meio-dia", explicou o coordenador técnico, Alberto Toledo.
Todo lixo retirado da costa, é encaminhado para as prefeituras locais, para ser encaminhado e descartado de maneira correta. De acordo com o presidente da colônia de pescadores de Niterói/ São Gonçalo Z8, Gilberto Alves, os pecadores já tinham o desejo de realizar esse trabalho desde 2010.
"O projeto já existiu, porém, com outro nome, agora voltamos e estamos fazendo nossa parte, agora cabe a população não jogar lixo nos rios. Em apensa um mês, já temos um resultado muito significativo: a melhoria da qualidade de vida do pescador, do mangue, do solo, da água, fauna e flora.", disse Gilberto.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.