Publicado 30/06/2022 15:14
Rio - Um motorista de aplicativo viralizou nas redes sociais após oferecer serviços para adeptos das religiões de matriz africana na internet. Autointitulado como "macumber", Edson de Oliveira Araújo, de 36 anos, passou a ganhar a vida fazendo transporte de religiosos.
Utilizando o slogan "Vai para a saída de santo e não tem como voltar? Macumber é a solução", o motorista oferece serviços de transporte para os religiosos, transporte de ebós e entrega de compras de santo e peças ritualísticas.
De acordo com ele, a ideia para o trabalho surgiu depois de ter de enfrentar na pele preconceitos quando, sendo passageiro, precisava cumprir uma função do candomblé, sua religião. Como já atuava como motorista de aplicativo, Edson útil ao agradável.
"Eu já estava trabalhando como motorista de aplicativo, e me veio o pensamento de quantas vezes eu, na condição de passageiro, precisei de qualquer transporte para alguma função no candomblé. Por vezes era apenas para ir em alguma casa de santo, alguma festa, que fosse para levar alguma coisa para despachar, etc. Enfim, em todas as vezes sentia os olhares me recriminando, sentia os olhares de julgamento, sem contar as ofensas. Então pensei em criar um tipo de serviço para esse público e de forma que o cliente se sinta seguro e confortável ao optar pelo transporte", assumiu.
Utilizando o slogan "Vai para a saída de santo e não tem como voltar? Macumber é a solução", o motorista oferece serviços de transporte para os religiosos, transporte de ebós e entrega de compras de santo e peças ritualísticas.
De acordo com ele, a ideia para o trabalho surgiu depois de ter de enfrentar na pele preconceitos quando, sendo passageiro, precisava cumprir uma função do candomblé, sua religião. Como já atuava como motorista de aplicativo, Edson útil ao agradável.
"Eu já estava trabalhando como motorista de aplicativo, e me veio o pensamento de quantas vezes eu, na condição de passageiro, precisei de qualquer transporte para alguma função no candomblé. Por vezes era apenas para ir em alguma casa de santo, alguma festa, que fosse para levar alguma coisa para despachar, etc. Enfim, em todas as vezes sentia os olhares me recriminando, sentia os olhares de julgamento, sem contar as ofensas. Então pensei em criar um tipo de serviço para esse público e de forma que o cliente se sinta seguro e confortável ao optar pelo transporte", assumiu.
Edson, que é asogun (um cargo de ogã) em uma casa de santo em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, disse que o nome surgiu a partir de um de seus clientes, pouco depois de passar a oferecer os serviços.
"Quando eu tive a ideia de oferecer o serviço, apenas anunciei o serviço em alguns grupos do Facebook. Não estava muito confiante. Até que tive um feedback de uma participante do grupo e ela disse que apelidou de macumber. Achei fantástico, perguntei se eu poderia usar o nome e ela permitiu. Já estou prestando o serviço por volta de uns três meses mais ou menos", afirmou.
Segundo ele, atualmente, o motorista e sua mulher, Érika, responsável por fechar os trabalhos, recebem cerca de 40 pedidos de orçamento por dia. Como ainda atua em aplicativos, Edson divide seu tempo entre o macumber e outras corridas.
A publicação viralizou nas redes sociais de Luiz Antônio Simas, escritor, professor, compositor e babalaô no culto de Ifá, apontando Edson como solução para os 'problemas'.
"Alô, turma da curimba: Macumber é a solução. São Sebastião do Rio de Janeiro sempre ensinando que na impossibilidade da zona de conforto a gente busca ter conforto na zona. Indico o serviço". A publicação de Simas já conta com mais de 8 mil curtidas e 300 comentários.
No post, personalidades como a cantora Fabiana Cozza, defensora da cultura negra e de religiões de matriz africana. Segundo ela, a iniciativa do motorista é "sensacional".
Outra figura influente a se manifestar sobre o "macumber" foi a jornalista Flávia Oliveira, que diz ter espalhado "pra geral" a novidade. A também jornalista e influencer Luiza Brasil deixou seu comentário no post: "Que coisa maravilhosa!", disse.
Entrando na brincadeira, um internauta comentou que pretende colocar em prática a dica de empreendedorismo do motorista de aplicativo. "Empreendedorismo é isso ... Criando vantagem competitiva. Já estou pensando em ir vender nos trens da SuperVia pen-drives com os pontos mais cantados nos terreiros de umbanda", disse.
Para o motorista, a repercussão do flyer com a divulgação de seus serviços foi uma grata surpresa. "Nós não sabíamos (ele e a esposa). Foi uma surpresa e uma honra na verdade. Ele (Luiz Antônio Simas) é genial e saber que nosso serviço, nossa ideia tem alcançado pessoas como ele, nós muito feliz".
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