Publicado 10/07/2022 18:07 | Atualizado 10/07/2022 18:10
Rio - Um parecer do Hospital Barra D’Or, reafirma que Henry Borel Medeiros já chegou morto a unidade de saúde, na madrugada de 8 de março de 2021, quando foi levado pela mãe, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e por seu ex-namorado, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho. De acordo com O GLOBO, o documento, juntado ao processo em que o ex-casal é réu por torturas e homicídio do menino, no II Tribunal do Júri, rebate a argumentação da defesa do ex-parlamentar, que afirma que o menino chegou vivo ao local e sugere que a laceração hepática pode ter sido provocada durante procedimentos de reanimação no atendimento emergencial.
Segundo o parecer, assinado pelo médico Daniel Romero Muñoz, conforme a documentação médica analisada, Henry deu entrada no Barra D’Or às 03h50, “em parada cardiorrespiratória, apresentando trismo (rigidez de mandíbula), cianose central e periférica, palidez cutânea, extremidades frias e cianóticas, sem perfusão periférica e sem pulsos centrais e/ou periféricos”.
O profissional descreve que as anotações médicas e de enfermagem fazem referência de manutenção das manobras de ressuscitação por 60 minutos, sem qualquer retorno da circulação espontânea durante todo o período em foi assistido, tendo sido declarado óbito e encaminhado o corpo para o Instituto Médico-Legal (IML). “As fichas de atendimento descrevem a presença de equimoses nos membros superiores, abdome e membros inferiores desde o início do atendimento, não restando nenhuma dúvida sobre a presença de tais lesões anteriormente à admissão hospitalar”, pontua.
Daniel Romero Muñoz ainda refuta o depoimento prestado pelo assistente técnico Sami El Jundi, contratado por Jairinho, no plenário do Tribunal de Justiça, em 1º de junho, quando o profissional apresentou uma radiografia de tórax realizada em Henry nas dependências do Barra D’Or e afirmou que o exame denotaria a “presença de vida durante o atendimento prestado naquela instituição de saúde”
“Importante mencionar que, nas necrópsias de rotina, o ar represado na cavidade pleural (pneumotórax) se perde durante a abertura da cavidade torácica, a menos que se utilizem técnicas especiais de necropsia, tais como realizar o exame dentro d’água ou com o uso de espirômetro. As dificuldades em realizar estas técnicas especiais são utilizadas, inclusive, como justificativa para o uso de exames de imagem na sala de necropsia como método rotineiro. Deste modo, a menos que o IML realize tais procedimentos na sua rotina, o que não é o esperado no Brasil, no exame necroscópico não é, habitualmente, detectado o pneumotórax referido”, escreve o médico.
Na conclusão, Daniel Romero Muñoz afirma que, diante do exposto no parecer de 20 páginas, “não se pode falar em qualquer relação entre a morte de Henry, constatada no exame necroscópico como tendo sido causada por hemorragia decorrente de rotura hepática, e as condutas adotadas nas dependências do Hospital Barra D’Or, dado que já havia sinais evidentes de que a criança já se encontrava morta quando do seu atendimento”.
Segundo o parecer, assinado pelo médico Daniel Romero Muñoz, conforme a documentação médica analisada, Henry deu entrada no Barra D’Or às 03h50, “em parada cardiorrespiratória, apresentando trismo (rigidez de mandíbula), cianose central e periférica, palidez cutânea, extremidades frias e cianóticas, sem perfusão periférica e sem pulsos centrais e/ou periféricos”.
O profissional descreve que as anotações médicas e de enfermagem fazem referência de manutenção das manobras de ressuscitação por 60 minutos, sem qualquer retorno da circulação espontânea durante todo o período em foi assistido, tendo sido declarado óbito e encaminhado o corpo para o Instituto Médico-Legal (IML). “As fichas de atendimento descrevem a presença de equimoses nos membros superiores, abdome e membros inferiores desde o início do atendimento, não restando nenhuma dúvida sobre a presença de tais lesões anteriormente à admissão hospitalar”, pontua.
Daniel Romero Muñoz ainda refuta o depoimento prestado pelo assistente técnico Sami El Jundi, contratado por Jairinho, no plenário do Tribunal de Justiça, em 1º de junho, quando o profissional apresentou uma radiografia de tórax realizada em Henry nas dependências do Barra D’Or e afirmou que o exame denotaria a “presença de vida durante o atendimento prestado naquela instituição de saúde”
“Importante mencionar que, nas necrópsias de rotina, o ar represado na cavidade pleural (pneumotórax) se perde durante a abertura da cavidade torácica, a menos que se utilizem técnicas especiais de necropsia, tais como realizar o exame dentro d’água ou com o uso de espirômetro. As dificuldades em realizar estas técnicas especiais são utilizadas, inclusive, como justificativa para o uso de exames de imagem na sala de necropsia como método rotineiro. Deste modo, a menos que o IML realize tais procedimentos na sua rotina, o que não é o esperado no Brasil, no exame necroscópico não é, habitualmente, detectado o pneumotórax referido”, escreve o médico.
Na conclusão, Daniel Romero Muñoz afirma que, diante do exposto no parecer de 20 páginas, “não se pode falar em qualquer relação entre a morte de Henry, constatada no exame necroscópico como tendo sido causada por hemorragia decorrente de rotura hepática, e as condutas adotadas nas dependências do Hospital Barra D’Or, dado que já havia sinais evidentes de que a criança já se encontrava morta quando do seu atendimento”.
Laudo questionado
Conforme O DIA publicou em junho, em depoimento no Tribunal de Justiça, Jairinho chegou a questionar a veracidade do laudo oficial feito pelo perito Leonardo Tauil. Ele afirmou que o documento é falso porque Tauil não viu o corpo de Henry. "Ele copiou e colou informações de outra criança. Se ele tivesse analisado, não teria colocado que o pulmão dele estava contundido, e sim colapsado. Não se pode misturar laranja com abacaxi", disse.
Flávia Fróes, uma das advogadas de Jairinho, disse que o exame de raio-x feito em Henry poderia esclarecer a inocência do seu cliente ou não. "É interesse de todos saber se o menino Henry foi assassinado, se morreu acidentalmente, ou se foi por causa do atendimento médico"
Flávia afirmou também que Henry não chegou sem vida ao hospital. "O prontuário médico hospitalar não diz que ele (Henry) chegou morto. As próprias médicas não disseram isso em depoimento".
Flávia afirmou também que Henry não chegou sem vida ao hospital. "O prontuário médico hospitalar não diz que ele (Henry) chegou morto. As próprias médicas não disseram isso em depoimento".
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