Publicado 15/07/2022 22:13 | Atualizado 16/07/2022 12:39
Rio – O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, aceitou, nesta sexta-feira (15), a denúncia contra o francês Gilles David Teboul, acusado de injúria racial, ameaça e agressão contra o porteiro Reginaldo Lima, em Copacabana, na Zona Sul. O caso aconteceu no dia 5 de julho, quando o francês teria usado expressões como “negro” e “macaco”, além de ter agredido fisicamente o porteiro do prédio onde morava.
A decisão também indeferiu o pedido da defesa para que o processo tramite em segredo de justiça. Além disso, o juiz negou o pedido de autorização para que Gilles viajasse para a França no dia 24 de julho.
No dia 6 de julho, Reginaldo afirmou que, por um funcionário de Gilles, soube que o médico tinha uma viagem marcada para o dia 24 deste mês, mas pretendia antecipar a viagem para fugir das responsabilidades penais. O passaporte do francês está em posse da delegada titular da 12ª DP (Copacabana), Natacha Alves de Oliveira.
"A ida do réu à França criaria óbice à rápida instrução criminal (o réu tem direito de presença na audiência de instrução e julgamento e haveria dificuldade de intimá-lo para o ato estando em outro país) e colocaria em risco a aplicação da lei penal em caso de condenação, já que poderia não mais retornar ao Brasil", afirmou o juiz na decisão.
Gilles relatou em depoimento de que precisava ir para a França no período estipulado por tomar remédios que só são comercializados lá, sendo de extrema importância para a sua saúde. Entretanto, perguntado pelos policiais quais seriam os medicamentos, o médico disse que só falaria em juízo. O médico também afirmou que as passagens para à França estão compradas desde janeiro deste ano, sem nenhuma intenção de fugir de qualquer responsabilidade penal.
Sobre as acusações de injúria racial, Gilles disse que se dirigiu a Reginaldo e disse, "Por que não fechou bem a porta do elevador?". Segundo o médico, o porteiro teria afirmando "Pergunta à sua mãe".
No depoimento, o médico afirmou que ele se aproximou de Reginaldo, mas sem tocá-lo. O médico afirmou aos agentes que se aproximou do funcionário e disse: "Você não tem competência para fechar a porta. Não deve trabalhar aí". Gilles negou a acusação de que teria agredido Reginaldo e que não xingou o porteiro.
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