Publicado 17/07/2022 16:03
Rio - Com um dos braços empunhados, uma estátua da vereadora assassinada em 2018, Marielle Franco, será inaugurada no próximo dia 27, no Buraco do Lume, na Praça Mário Lago, no centro do Rio. A inauguração da obra que tem tamanho real, de 1,75m, de bronze, vai ocorrer no dia em que a vereadora completaria 43 anos de vida e dois dias depois do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Neste mesmo local onde ficará a estátua, Marielle ia toda sexta-feira prestar contas para a população sobre a sua atuação enquanto vereadora e presidente da Comissão da Mulher da Câmara Municipal do Rio.
A criação da estátua foi uma ação do Instituto Marielle Franco. Em 2021, o instituto fez uma vaquinha virtual para arrecadar recursos para construir a obra, que foi esculpida pelo Edgard Duvivier, e teve cerca de 650 doações e levantou quase R$ 40 mil.
"A inauguração da estátua da minha filha naquele lugar é muito simbólica. Ela foi feita com um dos punhos para cima porque era assim que discursava. É um símbolo de resistência. A história da minha filha vai resistir ao tempo. A família participou ativamente da confecção da estátua até os últimos detalhes", disse Marinete Silva, mãe de Marielle.
Se recuperando de uma cirurgia para retirada de um câncer de mama, Marinete disse que não deverá estar presente na inauguração da estátua, mas que os demais familiares vão participar da inauguração. Ela conta, porém, que no mesmo dia, participará de uma missa em memória à Marielle.
A inauguração contará com um evento no próprio local, na quinta-feira (27), iniciando às 17h com a aula pública com intelectuais negras que será "A memória é a semente para novos futuros: legado, justiça e reparação" e em seguida, às 19h, uma batalha de poetisa sobre a defesa de memória de Marielle. Além da presença de estudantes de cursinhos pré-vestibulares comunitários, haverá um chamado público para o evento.
"Um dos primeiros sonhos da família quando lançamos o Instituto era fazer a Estátua da Marielle. Ela já vem sendo construída desde o ano passado, com o apoio de centenas de pessoas. Após esses dois anos que vimos estátuas de colonizadores, escravocratas e torturadores sendo derrubadas, é muito simbólico ter uma estátua da Mari erguida, em especial no julho das pretas e no dia do seu aniversário", disse Anielle Franco, fundadora do instituto e irmã de Marielle.
Para Anielle, a estátua de Marielle é muito importante para gerar referências sobre quem construiu e move o país, em especial para as novas gerações e para uma população negra e periférica. "Estamos falando de memória, mas também sobre justiça e reparação", avaliou.
"A inauguração da estátua da minha filha naquele lugar é muito simbólica. Ela foi feita com um dos punhos para cima porque era assim que discursava. É um símbolo de resistência. A história da minha filha vai resistir ao tempo. A família participou ativamente da confecção da estátua até os últimos detalhes", disse Marinete Silva, mãe de Marielle.
Se recuperando de uma cirurgia para retirada de um câncer de mama, Marinete disse que não deverá estar presente na inauguração da estátua, mas que os demais familiares vão participar da inauguração. Ela conta, porém, que no mesmo dia, participará de uma missa em memória à Marielle.
A inauguração contará com um evento no próprio local, na quinta-feira (27), iniciando às 17h com a aula pública com intelectuais negras que será "A memória é a semente para novos futuros: legado, justiça e reparação" e em seguida, às 19h, uma batalha de poetisa sobre a defesa de memória de Marielle. Além da presença de estudantes de cursinhos pré-vestibulares comunitários, haverá um chamado público para o evento.
"Um dos primeiros sonhos da família quando lançamos o Instituto era fazer a Estátua da Marielle. Ela já vem sendo construída desde o ano passado, com o apoio de centenas de pessoas. Após esses dois anos que vimos estátuas de colonizadores, escravocratas e torturadores sendo derrubadas, é muito simbólico ter uma estátua da Mari erguida, em especial no julho das pretas e no dia do seu aniversário", disse Anielle Franco, fundadora do instituto e irmã de Marielle.
Para Anielle, a estátua de Marielle é muito importante para gerar referências sobre quem construiu e move o país, em especial para as novas gerações e para uma população negra e periférica. "Estamos falando de memória, mas também sobre justiça e reparação", avaliou.
Relembre o caso
Na noite do dia 14 de março de 2017, no bairro do Estácio, na Região Central, o carro em que a vereadora estava foi atingido por nove dos 13 tiros disparados. Marielle e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, morreram vítimas desses disparos. Apesar de alguns avanços na investigação sobre o crime, as autoridades ainda não descobriram os autores e nem o motivo. A morte de Marielle Franco repercutiu no mundo, com manifestações da população por vários dias nas ruas e muitas notícias divulgadas sobre o assassinato da vereadora no exercício de seu mandato.
Na noite do dia 14 de março de 2017, no bairro do Estácio, na Região Central, o carro em que a vereadora estava foi atingido por nove dos 13 tiros disparados. Marielle e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, morreram vítimas desses disparos. Apesar de alguns avanços na investigação sobre o crime, as autoridades ainda não descobriram os autores e nem o motivo. A morte de Marielle Franco repercutiu no mundo, com manifestações da população por vários dias nas ruas e muitas notícias divulgadas sobre o assassinato da vereadora no exercício de seu mandato.
Eleita vereadora com mais de 46 mil votos em 2016, socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco tinha 38 anos, era oriunda da favela da Maré, na Zona Norte, e ativista em prol das causas das mulheres e das populações negra, periférica e LBGT. Antes do cargo político, atuou na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj.
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